As famílias das vítimas do acidente aéreo da Chapecoense ainda tentam na justiça a indenização do seguro da aeronave que fazia o transporte para a final da Copa Sul-Americana, em novembro de 2016. Entre jogadores, funcionários, convidados e jornalistas, a busca por respostas é incansável, mas alguns passos já foram dados dois anos após a tragédia: viagens, contratação de equipe jurídica e a criação de uma fundação para garantir acesso a moradia, saúde, educação e alimentação aos familiares.
A aeronave da LaMia, que caiu nas proximidades de Medellín, possuía uma apólice de seguro contratada no valor de US$ 25 milhões – valor abaixo do usado para voos deste tipo -, mas a seguradora se recusa a fazer o pagamento por considerar que havia irregularidades no voo. As famílias, por sua vez, querem informações para ingressar com ações na justiça e receber o pagamento.
Abaixo, confira a linha do tempo e o que já foi conquistado:
29 de novembro de 2016 – acidente
- O avião da LaMia cai a caminho de Medellín. A equipe da Chapecoense se deslocava para a decisão da Copa Sul-Americana.
15 de março de 2017
- Em uma reunião em Florianópolis, os familiares recebem uma proposta, não negociável, de indenização individual e igualitária de US$ 200 mil (cerca de R$ 775 mil na atual cotação), da Bisa, seguradora da aeronave. Porém, a empresa solicita a assinatura de um termo de quitação de dívida por parte de todos os familiares. O acordo não é aceito e algumas pessoas se incomodam com a postura da Chapecoense.
24 de agosto de 2017
- Chapecoense e associações de vítimas (AFAV-C e Abravic) se reúnem em Chapecó, unificam discurso e tratam encontro como marco histórico na busca por respostas.
20 de outubro 2017
- Bisa Seguros mantém oferta de US$ 200 mil (cerca de R$ 775 mil na atual cotação), mas baixa para 51 o número de aceitações necessárias e a assinatura de um termo de quitação de dívida. O quórum não é atingido.
-
27 dezembro 2017
- Chapecoense e AFAV-C (Associação dos Familiares e Amigos das Vítimas do Vôo da Chapecoense), a mais atuante na busca de respostas sobre o acidente, assinam um protocolo de intenções com a previsão de criação de uma fundação de amparo.
Junho de 2018
- AFAV-C contrata um advogado para avaliar cerca de seis mil páginas de documentos levantados pela entidade.
01 a 05 de setembro de 2018
- Familiares, AFAV-C e equipe jurídica viajam para a Miami para se reunir com especialistas e escritórios de advocacia americanos.
1º de outubro 2018
- Familiares, AFAV-C e equipe jurídica viajam para a Colômbia e Bolívia em busca de novos documentos e respostas sobre o voo, como o plano e mensagens da caixa-preta. Na ocasião, eles se encontram com a Bisa.
Primeira quinzena de outubro
- Bisa Seguros aumenta oferta de US$ 220 mil para US$ 225 mil, sem a necessidade de quórum para efetivar a doação. Quem aceitar, deve fazer a assinatura de um termo de quitação de dívida. Algumas famílias estudam aceitar.
24 de outubro de 2018
- É lançada em Chapecó a Fundação Vidas, com prazo existência de quatro anos, mas prorrogável até o pagamento das indenizações às famílias das vítimas. O objetivo é garantir o acesso à moradia, saúde, educação e alimentação aos familiares.
-
24 de outubro 2018
- Após ato de lançamento da fundação, vítimas se reúnem para conversar sobre as estratégias jurídicas na busca de indenizações. Há um alerta para agilizar o pedido de prorrogação do prazo de entrada de ações, que venceria em novembro de 2018.
Discussion about this post