Um estudo do Tribunal de Contas do Estado (TCE), entre 2012 e 2016, mostra que faltam quase 7 mil vagas nos presídios paraibanos. Para se ter uma ideia, a Paraíba possui 5.451 vagas, mas tem volume de 12.166 detentos. O déficit encontrado pelo órgão é de 6.715 vagas nos presídios do Estado.
O dado foi constatado em uma auditoria promovida pelo órgão entre os anos de 2012 e 2016. Porém, além da superpopulação carcerária, a auditoria também identificou déficit na quantidade de cadeias públicas, onde apenas 59 estão em funcionamento, mas a indicação da Lei Estadual de Organização e Divisão Judiciárias exige, no mínimo, uma cadeia pública para cada uma das 78 Comarcas existentes.
Os auditores paraibanos observaram a ocorrência, em média, de 9,38 presos por cela em um total de 1.297 delas. Mas, na Cadeia Pública de Alhandra, eles somaram 34 presos por cela, ultrapassando em 325% o número de vagas ali então existentes. No município de Esperança, onde, o número médio de presos chegou a 23,14 por cela, a ultrapassagem bateu em 980%.
As constatações resultaram de informações da Gerência do Sistema Penitenciário de contatos diretos com diretores em 80 unidades de estabelecimentos penais (17 Penitenciárias, dois Presídios, um Instituto Psiquiátrico, uma Colônia Agrícola e 59 Cadeias Públicas) e de inspeções in loco do TCE, por amostragem.
Maioria de analfabetos
Distribuídos por grau de instrução, os presos analfabetos, os apenas alfabetizados e aqueles com ensino fundamental incompleto perfaziam, no período sob exame do TCE, 69,43% da população carcerária na Paraíba.
Demais problemas
Conforme o TCE-PB, a auditoria também identificou problemas de alocação de presos, condições dos presídios, falta de planejamento de política pública para o setor, inexistência de Plano de Cargos e Carreira, número insuficiente de defensores públicos e agentes de segurança penitenciária, má capacitação de quadros funcionais e não aferição mensal do custo do preso por estabelecimento.
Por conta dos problemas o relator Oscar Mamede Santiago Melo assinou prazo de 60 dias para um plano de ação governamental e cronograma de execução das providências destinadas à solução dos problemas, sob pena de multa e repercussão em prestações de contas dos atuais responsáveis, ou dos que venham a substituí-los.
Com Portal Correio
Discussion about this post