Cartas do Primeiro Comando da Capital (PCC), apreendidas pela Polícia Militar (PM) no sábado (8), revelam um plano para matar o promotor que combate a facção no interior de São Paulo e o coordenador dos presídios da região oeste.
O Ministério Público criou uma força-tarefa para investigar as ameaças e reforçou a segurança pessoal de Lincoln Gakiya, que atua no Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), em Presidente Prudente. A Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) informou que tomou medidas de segurança para o funcionário Roberto Medina (leia mais abaixo).
“A segurança do promotor foi reforçada”, disse nesta segunda-feira (10) em entrevista coletiva Gianpaolo Smanio, procurador-geral do Ministério Público (SP) de São Paulo. O G1 não conseguiu localizar Gakiya para comentar o assunto.
O material com as ameaças da facção estava com duas mulheres que haviam visitado presos na região de Presidente Venceslau. Elas foram detidas pelas Rondas Ostensivas de Aguiar (Rota) da PM.
As cartas foram escritas de forma codificada e foram interceptadas com duas mulheres de presos no último sábado (8) em Presidente Venceslau. Nelas constam mensagens de integrantes da facção. Em uma das cartas, os bandidos indicam a rotina do promotor e do coordenador. “A cidade dele é bem maior pra dar balão, depois é mais difícil, mas os irmãos tão nessa pegada.”
Um dos trechos da segunda carta, datada de 2 de dezembro, diz: “Os amigos querem informações toda semana para saber se vocês estão chegando com a sintonia com lealdade já demonstrada em outras situações importantes para a família.”
A Justiça analisa um pedido do Ministério Público de transferir o chefe da facção, Marcos Willians Herbas Camacho, mais conhecido como Marcola, e outros membros da facção para um presídio federal.
O G1 apurou que além de Gakiya, que já tinha escolta por conta de ameaças anteriores da facção (e que foi reforçada pela nova ameaça), outro promotor no estado também está com escolta por conta de ameaça de outra organização criminosa.
Para promotores ouvidos pela reportagem, mas que não quiseram se identificar, a facção ampliou as ameaças a Gakiya após o Ministério Público pedir à Justiça a transferência do chefe do PCC, Marcos Willians Herbas Camacho, mais conhecido como Marcola, e outros membros da facção para um presídio federal.
Oficialmente o MP não dá detalhes sobre a transferência, nem quem querem transferir ou até mesmo quando seria. “Isso é um assunto sigiloso”, alegou o procurador Smanio. Até esta segunda a Justiça ainda não havia se manifestado sobre o pedido.
Smanio admitiu, porém, que “a transferência é devido ao plano de resgate” de membros da cúpula do PCC encontrado por forças de segurança há alguns meses.
Desde então, a região de Presidente Venceslau está com reforço policial, com a presença, por exemplo, da Rota da PM e até do Exército. Segundo o MP, não há prazo para o efetivo deixar o local.
A Associação Paulista do Ministério Público repudiou as ameaças.
Em nota, a Procuradoria-Geral de Justiça, declarou apoio ao promotor. “Em nome de 2.000 promotores e procuradores de Justiça que atuam diuturnamente em defesa da ordem jurídica em nosso Estado, vem a público manifestar o seu mais irrestrito apoio ao colega Lincoln Gakiya, ameaçado por uma facção criminosa em virtude do cumprimento diligente de suas atribuições”, diz a nota.
“Habituados a um mundo em que imperam a violência e a intimidação, esses criminosos desconhecem que tal comportamento não afastará o valoroso promotor e a nossa instituição de uma atuação pautada por um único objetivo: o cumprimento da lei. Lei que, aliás, pode e deve ser mais dura contra aqueles que lideram organizações criminosas. O povo paulista pode estar certo de que, em defesa da sociedade, o Ministério
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