O Plenário da Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP) aprovou, por unanimidade, um Voto de Solidariedade à advogada Myriam Gadelha, após agressões físicas e verbais praticadas por seu ex-namorado, o prefeito de Sousa, Fábio Tyrone (PSB). O requerimento foi apresentado pelo vereador Lucas de Brito (PV) e subscrito por vários parlamentares da Casa. O único vereador que não subscreveu o requerimento foi Léo Bezerra (PSB).
Lucas aproveitou o debate sobre o tema durante a manhã desta terça-feira (11) e ressaltou a importância de fortalecer o registro sobre os índices de violência contra a mulher na Paraíba. O vereador destacou, por exemplo, a pouca divulgação em torno no número da Central de Atendimento à Mulher (Ligue 180), serviço da Secretaria de Políticas para as Mulheres, ligada ao Ministério dos Direitos Humanos (MDH).
De janeiro a julho de 2018, foram 79.661 relatos de violência no país, sendo que 63.116 destes foram classificados como violência doméstica. O vereador, no entanto, destacou que, na Paraíba, a taxa ainda é superior à média nacional. “Existe um grave problema que é o da subnotificação. Na Paraíba, os registros são dez vezes menores. Todos os serviços de saúde precisam registrar os casos de violência doméstica, mas isso vem sendo desrespeitado”, lamentou o parlamentar, referindo-se à Portaria nº104/ 2011, do Ministério da Saúde.
Ao falar especificamente do caso da advogada Myriam Gadelha, Lucas de Brito avaliou que, infelizmente, episódios como o ocorrido nos últimos dias têm se reproduzido por João Pessoa e pelo Brasil, conforme atestam as estatísticas. “Esse caso precisa servir como um divisor de águas na luta pelos direitos da mulher e no combate à violência contra a mulher, sobretudo, a de violência doméstica. Agressões como as que vitimaram Myriam devem ser publicamente repudiadas e exemplarmente punidas”, destacou.
O requerimento do parlamentar foi subscrito por 17 dos 18 vereadores presentes na ocasião da votação em Plenário, inclusive, por colegas de partido do prefeito citado. “Agradeço a todos os colegas que subscrevem o requerimento que expressa, por parte desta Casa, a solidariedade a Myriam Gadelha. Quantas mulheres ainda estão presas ao silêncio? O Parlamento municipal reiterou, na manhã de hoje, seu posicionamento a favor da mulher”, celebrou.
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