O Gaeco (Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado) do Ministério Público da Paraíba abriu investigação para apurar a fraude no programa Gol de Placa, que só neste ano vai distribuir R$ 4,1 milhões aos 10 clubes que disputam o campeonato estadual.
O processo corre em sigilo e foi iniciado após a Folha publicar na terça (22) que os times locais fraudavam o programa com cadastros falsos de torcedores. O grupo também vai investigar a suposta ligação de empresários do estado com os clubes. Dezenas de postos de gasolinas são usados nos cadastros como emissores das notas falsas.
O Gaeco da Paraíba comandou uma das principais operações contra dirigentes esportivos no país em 2018. O então presidente da federação local, Amadeu Rodrigues, e outros cartolas foram afastados de seus cargos após deflagrada a Operação Cartola, que investigou o envolvimento de dirigentes, árbitros e advogados em um esquema de manipulação de resultados.
O programa Gol de Placa foi criado para incentivar os torcedores a comparecerem a jogos no estado da Paraíba e ajudar a financiar os clubes. Pelas regras, o valor das entradas é pago aos clubes por uma empresa, que, em troca, recebe desconto do governo no pagamento de ICMS.
A Folha identificou centenas de pessoas que moram fora do estado entre os torcedores cadastrados pelos clubes. Em contato com a reportagem, elas negaram ter assistido a qualquer jogo. Os nomes e dados pessoais deles estavam na internet.
Na quinta (24), o Tribunal de Contas da Paraíba anunciou que fará uma “auditoria especial” no programa.
Por Os Guedes
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