O governador João Azevêdo (PSB) admitiu que o assessor de confiança, considerado “braço-direito” da secretária de Administração, Livânia Farias, que havia sido nomeado pelo ex-governador Ricardo Coutinho para essa função em julho de 2011, realmente foi citado na Operação Calvário, deflagrada no final do ano passado pelos Ministérios Públicos do Rio de Janeiro e Paraíba, e que apura o desvio de recursos protagonizado por uma quadrilha infiltrada na Cruz Vermelha brasileira que resultou na prisão de 11 pessoas, inclusive Daniel Gomes (no Rio de Janeiro), considerado o chefe da quadrilha, e o empresário Roberto Kremser Calmon (num hotel em João Pessoa).
Durante a primeira reunião de monitoramento das ações da Segurança Pública de sua gestão, falou sobre a demissão de Leandro Nunes Azevêdo, mas ressalvou que a exoneração foi à pedido. “Houve uma solicitação por parte do próprio funcionário que pediu exoneração. Ele se sentiu incomodado de ter sido citado na ação e pediu exoneração”, explicou o gestor estadual.
A declaração é no mínimo curiosa, pois o governador não só confirmou que o assessor de Livânia Farias estaria sendo investigado, como adiantou que o mesmo pediu para sair porque estaria desconfortável. Por outro lado, soa estranho o envolvimento de um assessor da Secretaria de Administração com contratos mantidos pelo Hospital Trauma e a Cruz Vermelha gaúcha.
Já sobre possíveis novas sindicâncias na gestão da Cruz Vermelha no decorrer desse inicio de mandato, o governador explicou que fez a intervenção justamente para assegurar o trabalho dentro dos hospitais e que esta é sua responsabilidade como gestor.
Confira a fala de João Azevêdo na íntegra:
“Nós estabelecemos uma intervenção exatamente porque nós não podemos por em risco o trabalho que é prestado pelo hospital. É isso que me preocupa: o atendimento à população. Fazendo a intervenção, a secretaria tem 90 dias para estabelecer os procedimentos e fazer as mudanças necessárias, afinal a própria Cruz Vermelha Nacional fez uma intervenção na Cruz Vermelha do Rio Grande do Sul com a qual nós temos um contrato, então por responsabilidade do governador ele tem que se preocupar é com a prestação de serviço e o hospital está funcionando normalmente. Nossa preocupação é que não perca isso.”
Discussion about this post