O deputado estadual Nabor Wanderley (PRB), durante entrevista ao programa Correio Debate, da 98 FM, afirmou que alguns deputados da base aliada estão insatisfeitos com o governador João Azevêdo (PSB). Isto porque muitos esperam que o chefe do Executivo apresente os cargos disponíveis em suas bases eleitorais, para que os parlamentares possam indicar seus nomes nesses postos.
Nabor explicou que não há rixa entre ele e o deputado estadual Dr Érico (PPS), ambos com bases eleitorais na cidade de Patos, mas destacou que os dois têm esperado respostas do governador João Azevêdo, que até agora não os convocou para definir cargos estratégicos no Sertão.
“Tenho uma boa relação com o deputado Erico. Sobre os cargos vamos sentar e definir muito bem isso. O que foi conversado é que eu não vou interferir nos cargos de Erico e ele não vai interferir nos nossos. Estamos esperando que o Governo chame a gente. Essa questão de cargos é muito complexa, mas tem que resolver porque faz parte da política. Queremos que o Governo sente e defina os cargos que tem em Patos e a gente possa dividir esses cargos sem problema”.
Sobre o ‘bloquinho’
Nabor é um dos integrantes do chamado ‘bloquinho’, grupo de parlamentares que se desmembrou do grande bloco governista, demonstrando certa autonomia do Poder Executivo. O parlamentar explicou que seu grupo, apesar das tensões demonstradas em casos como a eleição da Mesa Diretora, ainda está alinhado com o projeto do PSB na Paraíba.
“Existem problemas com relação às nomeações e a situação de cada localidade, mas existe um sentimento que a gente tem que apoiar o Governo para que os bons projetos possam ter continuidade. Apenas o Governo precisa entender que o apoio que nós vamos dar na Assembléia não dá o direito dele interferir nas questões internas da Assembleia. Quem tem que tratar somos nós, deputados”, disse Nabor.
Uma dessas ‘rasteiras’ dadas no Executivo foi a eleição de Adriano Galdino (PSB) para presidente no segundo biênio da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa da Paraíba, primeira ação que os deputados que hoje compõem o ‘bloquinho’ provocaram no Legislativo. Apesar da contrariedade, Nabor reforçou a sintonia que ele e os demais parlamentares têm com a gestão PSB.
“A candidatura de Tião Gomes foi importante naquele processo e a condução por parte do Governo não foi a ideal. Não temos nada contra o deputado Hervázio Bezerra (candidato do Governo), mas acho que no momento que Tião abriu mão da sua candidatura em torno da unidade partidária acho que comoveu a todos nós e nos acostamos à decisão de Tião Gomes, abrindo certa dissidência com a eleição de Hervázio”, explicou.
Nabor pode concorrer a prefeito
O deputado, que já foi prefeito de Patos, criticou a atual gestão da cidade, maior do Sertão paraibano. Na sua avaliação, o prefeito interino, Bonifácio Rocha (PPS), não demonstrou iniciativa em resolver as questões do município e não descartou colocar seu nome na próxima disputa eleitoral.
“Até agora ele não disse a que veio. Tenho o maior respeito por Bonifácio Rocha, mas gestor precisa ter coragem de tomar as medidas necessárias e infelizmente o que estamos vendo em Patos é um desmonte de toda estrutura de educação, saúde. O município vive uma insegurança e instabilidade grande, os fornecedores ficam com medo de fornecer e não receber. Acho que precisava tomar algumas medidas, principalmente na saúde, educação e infraestrutura”, disse.
O deputado reforçou o descontentamento com a gestão do município. “Bonifácio não fez nada, vai passar em branco na história por conta dessa forma insossa que ele está administrando, que não tem sangue no olho para tomar as medidas que a cidade precisa. Tenho maior respeito por ele, acho que não estava preparado para assumir aquilo, mas ele precisa ser mais firme nas decisões que precisa tomar”.
Nabor disse que está focado agora no seu mandato no Legislativo, mas não descartou a possibilidade de colocar seu nome na próxima disputa. “Estou avaliando. Acho que já dei minha contribuição para progresso de Patos, temos que sentar com nosso grupo político e discutir de forma amadurecida e tratar com todas as linhas partidárias a questão da sucessão em Patos. Precisamos nos unir para que a gente tire a cidade dessa ingerência administrativa”.
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