O Ministério da Defesa brasileiro anunciou neste domingo (24) ter chegado a um acordo para evitar novos confrontos na fronteira com a Venezuela, após negociação entre militares dos dois países.
Em nota, o ministério afirmou ter intercedido “para que novos incidentes, na linha de fronteira, envolvendo venezuelanos e a Guarda Nacional Bolivariana, não voltem a se repetir”.
Manifestantes e militares venezuelanos se enfrentaram nos últimos dois dias na fronteira. No sábado, venezuelanos que estavam no Brasil atacaram uma base do exército na Venezuela, após duas caminhonetes com comida não conseguirem entrar no país.
No domingo, manifestantes jogaram pedras contra a Guarda Nacional Bolivariana, que respondeu com bombas de gás lacrimogêneo. Pouco depois, a Força Nacional brasileira fez uma barreira de contenção para impedir o avanço dos manifestantes e interromper o confronto.
O Ministério da Defesa afirmou que, como parte do acordo, “os veículos antidistúrbios, que estavam na barreira montada no país vizinho, recuaram imediatamente”. “Foi entendida a inconveniência da presença desse tipo de aparato militar”, segundo a nota.
No lado brasileiro, o ministério diz que “controle dos acolhidos foi reforçado para evitar novos confrontos” e destacou que “reitera a confiança numa solução urgente para a situação na Venezuela”. “A fronteira do Brasil continua aberta para acolher os refugiados”, conclui.
Resumo dos confrontos no fim de semana
Sábado (23)
- As fronteiras da Venezuela com o Brasil e a Colômbia ficaram fechadas durante todo o fim de semana e frustraram as tentativas de entrega de ajuda humanitária
- Venezuelanos protestaram e atacaram uma base do exército venezuelano na fronteira com o Brasil após 2 caminhonetes com comida não conseguirem entrar no país
- 3 pessoas morreram em protestos em Santa Elena, cidade venezuelana a 15 km da fronteira com o Brasil
- Na fronteira com a Colômbia, 2 caminhões com ajuda humanitária foram incendiados, segundo o governo colombiano
- Maduro afirmou em discurso que não era mendigo, rompeu relações diplomáticas com Colômbia e disse que estava disposto a comprar toda comida que o Brasil quiser vender
- Guaidó voltou a apelar a militares para que eles retirem o apoio ao presidente da Venezuela: “Vocês não devem lealdade a quem queima comida”
- O Brasil condenou os confrontos na fronteira da Venezuela e o “caráter criminoso do regime Maduro”
- A Colômbia fechou por 2 dias parte da sua fronteira com a Venezuela, onde ocorreram os confrontos de sábado, para “avaliar danos”
- Manifestantes voltaram a entrar em confronto com militares venezuelanosna fronteira do Brasil com a Venezuela
- 3 militares venezuelanos desertaram pela fronteira em Pacaraima
- Um prefeito venezuelano fugiu pela mata, disse ser perseguido pelo governo Maduro e denunciou 25 mortes em áreas da Venezuela perto do Brasil
- A alta comissária da ONU para os Direitos Humanos condenou a violência nas fronteiras da Venezuela e pediu que o regime Maduro repudie as ações
Veja a íntegra da nota do Ministério da Defesa:
Fronteira do Brasil continua aberta para acolher os refugiados
Brasília, 24/02/2019 – O Ministério da Defesa intercedeu para que novos incidentes, na linha de fronteira, envolvendo venezuelanos e a Guarda Nacional Bolivariana, não voltem a se repetir.
Os veículos antidistúrbios, que estavam na barreira montada no país vizinho, recuaram imediatamente. Militares brasileiros e venezuelanos negociaram, no local, e foi entendida a inconveniência da presença desse tipo de aparato militar. No lado brasileiro, o controle dos acolhidos foi reforçado para evitar novos confrontos.
Há um ano, o Brasil está engajado na Operação Acolhida – ação humanitária para atender aos irmãos venezuelanos que chegam no País. Por isso, o Ministério da Defesa reitera a confiança numa solução urgente para a situação na Venezuela.
A fronteira do Brasil continua aberta para acolher os refugiados.
G1
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