O ex-governador Ricardo Coutinho (PSB) reapareceu, ontem, após um período sabático, em meio aos desdobramentos da operação Calvário, desencadeada pelos Ministérios Públicos do Rio de Janeiro, Paraíba e Goiás, e que investiga um suposto esquema de corrupção por meio de contratos mantidos entre Estado e a Cruz Vermelha, filial do Rio Grande do Sul. Em entrevista concedida ao programa Conexão Master, da TV Master, Ricardo garantiu que a organização social cumpriu com as suas obrigações contratuais na gestão pactuada do Hospital de Trauma e disse ainda que desconhece algum prejuízo do Estado dentro de contrato com a Cruz Vermelha.
Coutinho afirmou que não tinha nenhuma relação com a Cruz Vermelha ou qualquer outra organização social que atua no Estado, porém argumentou que se forem constados erros, que a Cruz Vermelha arque com as consequências. “Se errou, tem que responder”, completou ao emendar: “com relação a Cruz Vermelha, eu não tenho muito o que falar, porque uma empresa, seja ela social ou comercial, ela quando é selecionada ou vence uma licitação, ela tem que prestar o serviço. Se ela presta o serviço de alguma forma errada ou então ter feito algo que seja ilegal, então ela precisará responder por isso”.
Ricardo disse ainda que quando assumiu o Governo do Estado em 2011, a Paraíba tinha o maior hospital do Estado que não conseguia funcionar, com pessoas morrendo por falta de atendimento.
Ele garantiu que sempre teve uma postura contrária às organizações sociais, e tomou a decisão devido a falta de assistência à população”. O objetivo foi melhorar o atendimento a população, e garantir saúde de qualidade para todos.
O ex-governador justificou que a gestão pactuada conseguiu melhorar a assistência promovida pelo Hospital de Trauma. Segundo ele, o número de leitos internos aumentou de 138 para 331, de leitos da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de 13 para 35; elevando o número de cirurgias mensais de 4 mil para cerca de 17 mil; e de raio-x de 3,9 ml para 78 mil mensais.
“Só foi possível retirar o Trauma daquela situação de insolvência, e ter governabilidade e ordem lá dentro com uma organização social, que foi a Cruz Vermelha que era conhecida de todo mundo. Até hoje, eu desconheço algum prejuízo que o Estado tenha tido dentro desse contrato. Não sei qual é o prejuízo, você ter um hospital que custa R$ 12,8 milhões, ou seja, o mesmo custeio do Trauma de Campina Grande”, pontuou.
Ainda segundo Ricardo Coutinho, a oposição, que chegou a cogitar a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Assembleia Legislativa para investigar a gestão pactuada com a Cruz Vermelha, sequer criticou a gestão do Hospital de Trauma nas eleições de 2018. “Passamos por uma eleição recentemente e ninguém falou nada”, frisou.
Diante das investigações, o socialista considerou acertada a intervenção estatal do Governo João Azevêdo na gestão do Hospital de Emergência e Trauma, Hospital Metropolitano e Hospital Regional de Mamanguape, que mantinha gestões pactuadas com organizações sociais.
“O governador João Azevêdo decretou intervenção, não por irregularidade conhecida do governo, mas em decorrência de intervenção que a Cruz Vermelha Brasileira fez na [Cruz Vermelha] do Estado que era contratada, e não comunicou ao Governo. Foi uma intervenção correta para garantir aos funcionários e servidores que eles recebam aquilo que o Estado repassa religiosamente em dia”, concluiu.
Com PB Agora
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