Não importa o que aconteça no estádio El Cilindro nesta quarta-feira, a partida entre Corinthians e Racing, pela Copa Sul-Americana, será histórica para Cássio. O camisa 12 chegará a 395 jogos pelo Timão e igualará Gylmar dos Santos Neves como o segundo goleiro com mais jogos pelo clube.
O ranking é liderado por Ronaldo, que vestiu a camisa alvinegra 602 vezes entre 1988 e 1998. Cássio o considera o maior goleiro da história do Corinthians, mas acha possível ultrapassá-lo em jogos.
– Se mantiver a média de jogos que venho tendo, dá para passar. Nesse ano vamos chegar longe em uns campeonatos. Estão cada vez inventando mais torneios (risos). Mas sigo pensando jogo a jogo, passo a passo. Estou com quase 400 jogos. Quem sabe lá na frente. Admiro o Ronaldo, tenho muito respeito por ele, para mim foi o maior goleiro da história do Corinthians. Não adianta eu pensar daqui a três ou quatro anos. Tenho que fazer o meu melhor hoje, quem sabe no futuro eu consiga passá-lo – declarou o goleiro, em entrevista ao GloboEsporte.com no hotel em que o Timão está concentrado em Buenos Aires.
Cássio admite ter visto poucos vídeos de Gylmar, que marcou história pelo Corinthians na década de 1950, mas diz saber a importância do goleiro, que morreu em 2013.
Depois de fazer história pelo Timão, Gylmar foi jogar no rival Santos, algo inimaginável para Cássio nos dias de hoje:
– Essa possibilidade é zero. A gente não pode falar “nunca”, não sabemos o que vai acontecer amanhã. Mas já estou há sete anos no Corinthians, gosto de estar no clube, das pessoas que trabalham lá, tenho carinho grande por todo mundo. É um ambiente de família. Não me vejo em outro clube, não só em um rival, mas em qualquer outro clube do futebol brasileiro.
Desde 2012 no Corinthians, Cássio conquistou oito títulos pelo Corinthians: três Paulistas (2013, 2017 e 2018), dois Brasileiro (2015 e 2017), uma Recopa Sul-Americana (2013), uma Libertadores (2012) e um Mundial (2012).
– Nem nos meus melhores sonhos eu imaginaria tudo o que está acontecendo. Mas foi sempre pensando jogo a jogo, passo a passo. Me sinto um privilegiado de estar neste grupo seleto de jogadores que atingiram essa marca de jogos – conta Cássio, que escolheu a sua estreia contra o Emelec, a partida contra o Vasco, pelas quartas de final da Libertadores, e a final do Mundial de Clubes contra o Chelsea, todas em 2012, como as atuações mais importantes dele pelo Timão.
O camisa 12 corintiano costuma dizer que não sabe o seu tamanho na história do clube e que só terá a real dimensão ao se aposentar.
Porém, ele reconhece sua importância e comenta que isso fica mais nítido com o carinho dos fãs, em especial os mais jovens:
– Aonde a gente vai e encontra o torcedor tem muito carinho. Hotel, aeroporto, centro de treinamento… O legal é que tem muita criança que procura, muita mesmo, é uma coisa que me surpreende. É legal, mas não fico pensando nisso, não fico em cima disso, não posso me acomodar e nem quero. A gente é movido a desafios, objetivos e marcas. Procuro me focar no dia a dia. Me dedico 100% para ajudar o Corinthians dentro e fora de campo. É lógico que tenho um limite, não posso ultrapassá-lo. Quando os jogadores chegam tento dar suporte e falar como é jogar no Corinthians. Na minha opinião, é o maior clube do Brasil, por tudo o que se passa, não tem meio termo. Tento ajudar no possível porque tudo o que tenho o Corinthians me ajudou muito a conseguir.
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