Os suplentes de deputado Lindolfo Pires (Podemos) e Jutay Meneses (PRB) vão ter que aguardar mais um pouco para serem efetivados como titulares na Assembleia Legislativa. Ontem, o líder do governo Ricardo Barbosa, do PSB, informou que as conversas do governador João Azevedo com deputados da base só deverão prosseguir após o Carnaval. A alegação é de que o governador tem uma intensa agenda administrativa a cumprir e só deverá tratar das questões políticas referentes à efetivação de suplentes de deputado após as festas dee Momo ou até mesmo em abril.
Nos últimos dias, Lindolfo e Jutay estiveram circulando pela Assembleia em conversas com parlamentares, mas disseram não ter sido procurados por emissários do governo. O deputado Hervázio Bezerra, do PSB, já admitiu que pode se licenciar para favorecer Lindolfo Pires como “um gesto de retribuição” a atenções que ele lhe dispensou e como uma forma de colaborar com o próprio governo do Estado. Para Lindolfo assumir, o governo tem que convencer um outro deputado a tirar licença, uma vez que Jutay Meneses é o primeiro da coligação. A pressão por espaços também vem dos petistas.
Esta semana, o deputado federal Frei Anastácio Ribeiro cobrou publicamente uma definição do governo João Azevedo sobre a volta do ex-deputado estadual Anísio Maia, que não conseguiu se reeleger. “Eu esperava que o PT tivesse sido mais respeitado no governo João Azevedo”, desabafou o Frei Anastácio. No que diz respeito a Lindolfo Pires, ele invoca, também, o argumento de que sua efetivação como titular seria uma forma de prestigiar politicamente a cidade de Sousa, que não elegeu nenhum representante para a atual legislatura. O deputado eleito Felipe Leitão, apesar de ter raízes familiares em Sousa, é natural de João Pessoa e concentra na Capital a sua maior base. Ele, inclusive, migrou de partido, assinando ficha no Democratas, com a condição de vir a ser o presidente do diretório municipal em João Pessoa e com a missão de estruturar o partido.
O deputado Ricardo Barbosa salientou que a prioridade administrativa assumida pelo governador João Azevedo é natural tendo em vista os desafios enfrentados no começo da gestão. O chefe do Executivo, além da agenda que cumpre no Estado, tem se deslocado a Brasília para contatos com a bancada federal com vistas a liberar pleitos do interesse público e, ao mesmo tempo, para acompanhar as discussões que estão ocorrendo em relação à proposta de reforma da Previdência. Na opinião do gestor socialista, a reforma é imprescindível mas não pode retirar conquistas dos trabalhadores. Ele tem sugerido um diálogo maior do Planalto com a própria sociedade em torno dessa questão polêmica.
Por Os Guedes
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