Dezesseis dias depois da posse, o governador de São Paulo, João Doria , posou para uma selfie na sede do governo com um dos pintores que faziam uma reforma no local. Ele vestia camisa branca, paletó e calça social. Com as mãos, fez o símbolo que virou sua marca registrada, o Acelera .
A imagem destoa de outra feita logo após assumir como prefeito de São Paulo, em 2016. Nela, apareceu com um uniforme laranja, máscara, boné e pistola de tinta nas mãos, pintando um muro na Avenida 23 de Maio, na capital paulista.
Dois anos separam as duas imagens e são reveladores da guinada que Doria deu em seu marketing pessoal para a construção de uma nova imagem na política. As camisas de mangas arregaçadas da versão prefeito agora estão mais alinhadas e sob paletós. Desde que se elegeu para o governo paulista, o tucano raramente apareceu em público apenas de camisa.
Mesmo em reuniões com o secretariado ou durante almoços informais no restaurante do Palácio dos Bandeirantes, ele circula com paletó.
A meta de Doria é tentar disputar a Presidência da República em 2022. Em 2018, ele foi impedido pelo PSDB que já tinha o então governador Geraldo Alckmin como candidato.
A gravata, item que havia abolido do figurino de prefeito, fazendo escola até hoje entre secretários do governo municipal, voltou ao “look do dia”. Até em entrevistas a rádios ele usa o acessório, que, quando prefeito, somente recorria em ocasiões formais, como visitas de chefes de Estado.
Para especialistas, a mudança segue à risca a cartilha do marketing político.
As redes sociais de Doria como governador passaram a ter tom mais institucional, com postagens praticamente restritas a ações de governo. Momentos de informalidade, como quando Doria, ao final de uma reunião de secretariado na prefeitura, gravou um vídeo para uma rede social, fazendo propaganda de vitaminas, ficaram no passado. “Estou me divertindo com as mensagens que leio aqui sobre meu ritmo de trabalho. Sempre trabalhei muito para alcançar meus objetivos e será assim que conseguiremos entregar, em apenas quatro anos, a São Paulo que a população merece. Por isso, os secretários precisam estar vitaminados para aguentar o ritmo”, escreveu ele em fevereiro de 2017.
O Globo
Discussion about this post