Imaginem a cena: Everton Ribeiro está dando entrevista ao vivo em um programa de televisão, quando Willian Arão entra na sala e começa a pular e fazer caretas atrás da câmera, mas o camisa 7 continua falando normalmente e não esboça sequer uma risada. Sim, isso aconteceu.
Só com um nível de concentração desses para explicar a cobrança de pênalti nos acréscimos de um Fla-Flu decisivo, no Maracanã, com tamanha tranquilidade . Se fizesse o gol, classificava o Flamengo para a final da Taça Rio; se perdesse, não haveria mais tempo hábil para evitar a eliminação. Pressão? O “homem de gelo” rubro-negro driblou até o frio na barriga:
– As emoções ali estão à flor da pele, a gente olha a torcida, o adversário… Mas na hora que pego a bola tento respirar fundo, concentrar, ver onde posso bater e fazer o meu melhor. Procuro ser calmo. Eu sou mais calmo, acho que isso vem desde pequeno. Deus me deu essa calma toda aí, mas a emoção é forte. E treino bastante, os goleiros aqui me dificultam muito para, na hora do jogo, poder acertar. Então é frieza, mas também tranquilidade de estar treinado.
E para quem acha que Everton não faria isso de novo, ele já fez. Em 2017, diante do Coritiba na antiga Ilha do Urubu, o Flamengo pressionado após três rodadas sem vencer empatava por 1 a 1 em casa e teve um pênalti nos acréscimos. O meia pegou a bola, cobrou da mesma forma e aliviou a pressão que estava sobre o time de Zé Ricardo.
A frieza é tanta que Everton inspirou a sequência de um filme infantil de Disney nas redes sociais: “Frozen 2: o batedor de pênaltis”. Tem até o gol ao som de “Let it Go”, música original da trilha sonora da animação que ganhou o Oscar em 2014.
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