A Avianca Brasil vai operar a partir de hoje segunda-feira (29/4) em apenas quatro aeroportos: Congonhas, Santos Dumont, Brasília e Salvador. A empresa enfrenta uma recuperação judicial e dos 25 aviões que possuía, foi obrigada a devolver 18, ficando com apenas sete. A companhia aérea foi obrigada a tomar essas medidas, devido ao atraso no pagamento do aluguel de aeronaves e das tarifas em vários aeroportos. Desde o dia 13, a companhia aérea cancelou mais de 1040 voos. O leilão dos ativos da companhia deve ocorrer no dia 7 de maio.
No dia (23/4), um levantamento divulgado pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) mostrou que a participação no mercado da Avianca Brasil caiu de 14,1% para 12,6% em março, em comparação com o mesmo período. A Gol se manteve em posição de liderança em voos internos com uma fatia de 34,1%, seguida da Latam com 31,8% e da Azul, com 21,2%. No mercado internacional, a Latam encerrou o mês de março com 70,9% de participação, seguida por Azul (13,6%) e Gol (12,5%). Já a Avianca ficou na 4ª posição com fatia de 3% da demanda internacional de passageiros em março.
Segundo especialistas, por conta da frágil situação de recuperação judicial que enfrenta desde dezembro, caso a terceira maior companhia aérea saia de cena, as duas principais companhias aéreas podem ascender ainda mais, causando o aumento no preço das passagens.
Para o especialista em Direito Concorrencial, Ademir Pereira Junior, quando se retira um agente (companhia) de rota, ocorre uma perda importante de concorrência. No caso de Congonhas, ressalta, é um aeroporto muito concorrido e a escassez de slot aeroportuário trará uma grande disputa consolidando a posição das duas líderes de mercado.
“No Brasil, o mercado de aviação é concentrado essencialmente em quatro players. A saída de um deles gera preocupação, pois terá menos concorrência presente em algumas rotas específicas, o que pode elevar o preço da passagem. Não dá para generalizar, mas é importante distribuir os slots para outras empresas que não atuem nas mesmas rotas. Se não, consolida as duas líderes. A ideia de criar novos players abrindo o mercado para o capital estrangeiro para fomentar seria significativo, criando mais alternativa em um mercado concentrado”, avalia.
Fonte: Correio Braziliense Economia
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