A servidora Maria Laura Caldas de Almeida Carneiro, que é assessora da Procuradoria-Geral do Estado, até então comandada por Gilberto Carneiro, exonerado nesta terça-feira (30), foi presa preventivamente no bojo da operação Calvário. Ela foi a única presa na quarta etapa da operação. Ela também tinha fortes ligações com a ex-secretária Livânia Farias.
Foi na casa de Maria Laura, no bairro do Costa e Silva, que o Gaeco e a Polícia Federal encontraram fitas utilizadas para formar maços de dinheiro. Pelas investigações, constatou-se que Maria Laura teve participação ativa no esquema infiltrado na Cruz Vermelha, que foi desbaratado pela Operação Calvário. A organização criminosa agia desviando dinheiro público da saúde para pagar propina a agentes políticos.
Segundo o desembargador Ricardo Vital de Almeida, a prisão da ex-assessora de Gilberto Carneiro foi imprescindível para assegurar “a ordem pública e a conveniência da instrução criminal”. Ou seja, evitar a evasão de provas e documentos importante às investigações.
Ao todo, além da prisão, estão sendo cumpridos 18 mandados de busca e apreensão, sendo dois relacionados a endereços atribuídos à servidora.
Esse é o primeiro desdobramento da operação ocorrido após a soltura da ex-secretária de Administração, Livânia Farias. Ela admitiu em depoimento ao Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) o recebimento de pagamentos feitos pela Cruz Vermelha Brasileira a título de propina. A entidade, enquanto Organização Social, executou contratos da ordem de R$ 1,1 bilhão no período compreendido entre 2011 e 2018. Juntamente com o Instituto de Psicologia Clínica, Educacional e Profissional (IPCEP), a instituição administra os hospitais de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena, Metropolitano Dom José Maria Pires e o Regional de Mamanguape. Todos tiveram intervenção decretada pelo governador João Azevêdo (PSB).
Foram cumpridos mandados de busca e apreensão também contra Geo Luiz de Souza Pontes, Livânia Maria da Silva Rodrigues (nome de solteira de Livânia Farias), Ricardo Jorge Castro Madruga, Ronaldo Prazeres Chaves de Lemos, Severino dos Santos Silva, Sanderlândia Bezerra Segundo, Maria do Socorro vilar, Jefferson Vilar Coelho, Layane Lygia de Araújo Vilar e José Vilar Nascimento. Os mandados foram cumpridos em João Pessoa, Pitimbu e Santa Terezinha, todos na Paraíba. Todos os mandados foram autorizados pelo desembargador Ricardo Vital.
A Operação Calvário, no Estado da Paraíba, investiga núcleos de uma organização criminosa comandada por Daniel Gomes da Silva, que é responsável por desvio de recursos públicos, corrupção, lavagem de dinheiro e peculato, através de contratos firmados junto a unidades de saúde do Estado, com valores chegando a R$ 1,1 bilhão, possuindo atuação em outras unidades da federação, e exemplo do Rio de Janeiro. O trabalho investigativo do Ministério Público é conduzido pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).
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