Em um estado que mais de 833 mil pessoas vivem em condição de miséria e que 76% da população sobrevive com apenas um salário mínimo, o super salário de mais de R$ 44 mil do secretário de Estado e pré-candidato ao governo nas eleições de 2018, João Azevedo (PSB), continua repercutindo em portais de notícias, programas de rádio e grupos políticos nas redes sociais, inclusive com direito a memes. O Tá na Área fez as contas e constatou que os rendimentos do auxiliar do governador Ricardo Coutinho (PSB) representam quase 50 salários mínimos, considerando o valor atual de R$ 937.
Em resposta ao relatório produzido pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) de que acumulou seis cargos e vencimentos superiores a R$ 44 mil, o secretário de Infraestrutura do Governo do Estado, João Azevêdo, admitiu que o super salário é absolutamente normal e legal, mesmo que acima do limite estabelecido pela Constituição Federal, e cravou ser um homem honesto.
“Eu trabalho dentro da lei. Não recebo os ‘por fora’ que muitos adversários meus recebem. Aliás, desafio a qualquer um competidor a provar que têm uma vida mais limpa que a minha. Pode ter igual, agora mais, eu desafio. Sou engenheiro da Suplan que cumpriu seu tempo de serviço, tal como os demais, e se aposentou, e sou professor concursado do IFPB. Esses são meus vínculos permanentes de trabalho, dentro da lei e recebendo pelo meu trabalho e compromisso com a causa pública”, afirmou o Secretário em matéria veiculada pelo portal ParaíbaJá.
O secretário explicou que a legislação o obriga a presidir o Conselho dos órgãos do Estado. Porém, João ressaltou que não são vínculos empregatícios, como tem sido divulgado. “Qualquer secretário de Infraestrutura, por força da legislação, é obrigado a ser presidente do Conselho dos órgãos: Docas, Cehap e Cagepa. Por conta disso, recebe um jeton de reunião. Isto não é vínculo empregatício, isto é legislação. E, desde a criação da Cagepa, que foi criado o Conselho, se estabeleceu que o secretário de Infraestrutura é o presidente do Conselho”, acrescentou.
Conforme relatório do TCE, cujas informações foram veiculadas em primeira mão pelo Blog do jornalista Hélder Moura, os vencimentos somados totalizam R$ 44.794,10. João recebeu, segundo o relatório do TCE, como secretário de Infraestrutura (R$ 17.725,61), aposentado da Suplan, na condição de inativo (R$ 15.156,65), como conselheiro da Cagepa (R$ 2.169,06), como conselheiro das Docas (R$ 1.506,99), conselheiro da Cehap (R$ 939,60) e, finalmente, professor do IFPB (R$ 7.396,19).
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