Com a possível saída da Avianca do mercado, os viajantes devem passar a ter apenas uma opção de voo direto em, pelo menos, 18 das principais rotas que eram operadas pela companhia. Segundo levantamento feito pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) a pedido do GLOBO, os trechos mais afetados partem de Guarulhos e Galeão. O reflexo imediato da mudança de cenário para o consumidor é o aumento no preço da passagem, além do inconveniente de ter que trocar um voo direto por outro com escala e conexão, levando mais tempo para chegar ao destino.
No Rio, por exemplo, são rotas para Brasília, Salvador e São Paulo (Congonhas). No caso de Guarulhos, as ligações prejudicadas são para Belém, João Pessoa, Juazeiro do Norte, Campo Grande, Foz do Iguaçu e Navegantes. Também estão na lista rotas de Recife para Petrolina e Salvador e de Salvador para Ilhéus.
Segundo os técnicos responsáveis pelo trabalho, o quadro é um reflexo da malha aérea no mês de abril, auge da crise da Avianca. Desde então, é possível que tenha ocorrido algum rearranjo na malha das empresas, mas o mercado continua altamente concentrado.
Segundo a Anac, o preço do bilhete em rotas com uma única companhia, considerando uma viagem de mil quilômetros, chega a custar 47% mais do que o valor cobrado nos trechos operados por três empresas. Em abril, quando a Avianca teve de devolver quase 50 aviões por falta de pagamento, a companhia sofreu redução de 45,5% na procura por bilhetes. Assim, sua participação no mercado despencou de 12,6% em março para 7,8% em abril e o número de passageiros baixou de 880 mil para 599 mil no período.
Já Azul, Gol e Latam tiveram crescimento. A que mais se beneficiou foi a Azul, uma vez que opera rotas semelhantes. Como a oferta de voos caiu 1% no mês passado e a demanda subiu 0,8%, a tendência natural é de alta nos preços.
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