O ex-governador Ricardo Coutinho (PSB) fez uma confidência intrigante, no mínimo, ao admitir que foi ‘enganado’ pela Cruz Vermelha, filial gaúcha, apesar de ter aportado na Paraíba pelas suas mãos para administrar o maior complexo hospitalar do estado, o Hospital de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena, na Capital, tendo permanecido e até ampliado a sua atuação durante os oito anos de governo, mas que terminou no olho do furacão da Operação Calvário, desencadeada em dezembro de 2018 com o objetivo de desarticular uma organização criminosa infiltrada na Organização Social (OS), além de outros órgãos governamentais, e que drenou, segundo investigações até aqui apuradas, quase R$ 2 bilhões para corrupção.
Coutinho, em entrevista ao jornalista Suetoni Souto Maior, do Jornal da Paraíba, afirmou, pasmem, que “nunca fui favorável a OS. Eu tinha uma reserva enorme com OS, mas ao mesmo tempo eu tinha um compromisso e uma determinação, graças a Deus, uma determinação, de fazer com que as coisas republicanamente pudessem funcionar…” e, mais adiante, asseverou: “Contratamos uma OS que para todos nós era a Cruz Vermelha. Ora, quem era que ia duvidar da Cruz Vermelha. Para mim, a Cruz Vermelha sempre foi e era uma organização mundial, com relevantes serviços prestados…”
Confira o áudio:
Sobre a Operação Calvário, Ricardo disse não temer as investigações, mas, em tom de questionamento ao instituto da delação premiada, indagou:
– Por que eu falo do sistema judiciário? Por que eu acho que tem muita coisa que se extrapolou dos limites do estado de direito.
Na mesma entrevista, o ex-governador acusou o governador João Azevêdo e sua equipe de ‘feudalizar’ o Estado, isto é, promover uma espécie de troca-troca de cargos com deputados por interesses eminentemente políticos. “Na relação, por exemplo, com a Assembleia, se voltou a feudalizar o Estado. Isso, eu tive um trabalho, o governo teve um trabalho enorme, para dizer, rapaz, na política vamos juntos…”. Mais adiante, Ricardo espinafrou o secret´[ario Nonato Bandeira (Comunicação). “Isso voltou a ser feito, pela cabeça de Nonato Bandeira, que tem esse pensamento atrasado, e que o governador deixou ele montar e ele montou e aí, está aí, grupos, vários, sabe? Oposição inteira na segunda mesa da Assembleia, derrota do candidato, suposto candidato do governo…”
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