O discurso do presidente Jair Bolsonaro (PSL) na abertura da Assembleia Geral da ONU foi marcado pela defesa intransigente da soberania nacional, críticas ao socialismo e ao lulopetismo, e acenos ao mercado mundial. Bolsonaro denunciou uma campanha sensacionalista contra a Amazônia, definindo tal movimento como um ataque à soberania brasileira, e textualmente afirmou que a floresta não é patrimônio da humanidade, mas sim do Brasil. Ele ainda falou sobre combate à corrupção e nominalmente citou Sérgio Moro como símbolo nesse campo.
O presidente brasileiro criticou Cuba e Venezuela e garantiu que a Amazônia está “praticamente intocada”. “Apresento aos senhores um novo Brasil que ressurge após estar à beira do socialismo”, garantiu o representante brasileiro. Bolsonaro culpou o socialismo também pelos “ataques dos valores religiosos” e pela forte corrupção no País.
“Meu país esteve muito próximo do socialismo, o que nos colocou em uma situação de corrupção generalizada, grave recessão econômica, altas taxas de criminalidade”, externou ao acrescentar: “Líderes socialistas que me antecederam roubaram o país, comprando parte do Parlamento e da Mídia, remetendo recursos roubados para outros regimes socialistas. Aqui foram aplaudidos. Graças a patriotas como Sérgio Moro, foram desmascarados e punidos.”
Críticas a Cuba e a Venezuela
Palco de uma das principais polêmicas no começo do governo, a descontinuidade do projeto Mais Médicos foi considerada pelo presidente como um momento em que o brasil deixou de “contribuir com a ditadura cubana”.
O presidente garantiu que os efeitos do socialismo na Venezuela já são sentidos pelos imigrantes que vêm ao Brasil e que o País faz o possível para recebê-los. “O socialismo está dando certo na Venezuela. Todos estão pobres e sem liberdade”, disse o presidente, que garantiu ter assumido o Brasil para reconquistar a confiança do mundo, diminuir o desemprego e a violência.
Amazônia
Após quase sete minutos de discurso, o presidente falou sobre a Amazônia. Ele garantiu que o clima seco favorece queimadas e que parte delas são realizadas por índios e moradores locais. “Meu governo tem um compromisso solene com a preservação do meio ambiente”, pontuou.
Em seu discurso, Bolsonaro também disse que a mídia internacional era responsável por divulgar grandes falácias, repreendendo a imprensa. “É uma falácia dizer que a Amazônia é um patrimônio da humanidade”, disse.
Ele disse, ainda, que uma liderança indígena não pode representar todos os índios brasileiros. “O Brasil agora tem um presidente que se preocupam com aqueles que lá estavam antes da chegada dos portugueses. O índio não quer ser latifundiário pobre em cima de terra rica”. A preocupação de ONGs e de outras pessoas com os índios, segundo Bolsonaro, tem relação com a quantidade de metais preciosos presentes em algumas das reservas.
Ao longo do discurso, o presidente convidou o público a visitar o Brasil e principalmente a Amazônia. “Ela não está sendo devastada nem consumida pelo fogo como diz, mentirosamente, a mídia”, falou.
Sinalização ao Mercado
Em discurso na ONU, Jair Bolsonaro deu sinal ao mercado, dizendo que “estamos abrindo a economia e nos integrando a cadeias globais de valor”.
“Não pode haver liberdade política sem liberdade econômica. Privatizações já se fazem presentes no Brasil. A economia está reagindo ao romper amarras de duas década de irresponsabilidade fiscal e corrupção generalizada.”
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