Mesmo diante de um volumoso esquema criminoso que drenou recursos de áreas estratégicas e cujas cifras podem chegar a R$ 2 bilhões por meio de uma relação demasiadamente incestuosa entre Governo e Organizações Sociais não só na saúde, mas, também, na educação, segundo as duas últimas fases da Operação Calvário, liderada por uma força tarefa que tem à frente os Ministérios Públicos do Rio de Janeiro e da Paraíba, o governador João Azevêdo não parece convencido que o modelo deu errado, tanto é verdade que o seu auxiliar, atual secretário da Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba, Cláudio Furtado, defendeu, em entrevista a uma emissora de rádio de João Pessoa nesta terça-feira (22), a continuidade desse trabalho.
Para ele, a despeito da Calvário, que derrubou, inclusive o seu antecessor, o professor Aléssio Trindade, as Organizações Sociais prestam um relevante serviço para desenvolver as atividades meio da pasta. O secretário explicou que com as gestões das OSs, são retiradas das mãos do Estado atividades que o desviariam da função principal, no caso da Educação, o foco no ensino.
“Ela tira da mão do Estado atividades que não fazem parte do dia a dia e faz com que a atividade fim da Educação seja feita de forma mais efetiva. Por exemplo você pra trocar uma fechadura, ou capinar uma escola você não tem que deslocar um funcionário, ou abrir uma licitação, então você tira isso do Estado que passa a focar mais na atividade-fim e esse benefício está demonstrado nos resultados que estamos alcançando. E aí você vê a crescente melhora nos índices, a quantidade de alunos aprovados nas universidades públicas, você se dedica mais aos programas pedagógicos” declarou.
Mas, apesar de defender a permanência das OSs, o gestor da educação estadual chamou a atenção para a necessidade de se haver um maior controle, por parte do Estado dessas organizações através de uma maior transparência.
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