Por mais que ainda tenha tempo para reverter parte do resultado negativo, é muito difícil esperar que Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, presidente do São Paulo, conseguirá terminar 2019 no azul nas finanças. O GloboEsporte.com teve acesso a documento apresentado pela diretoria ao Conselho Deliberativo, e os números apontam para um quadro problemático.
Dois números são sintomáticos em relação ao estado financeiro tricolor. No período entre janeiro e agosto deste ano, houve prejuízo acumulado de R$ 77 milhões. Em outras palavras, o clube gastou muito mais do que arrecadou e precisou se endividar. Isso nos leva ao segundo número. Neste mesmo período, a dívida são-paulina aumentou em R$ 100 milhões em relação a dezembro do ano passado.
O torcedor são-paulino tem motivos para preocupação porque, enquanto o futebol demonstra que as melhores perspectivas virão no ano que vem, com a chegada de um técnico novo há pouco tempo e potencial classificação para a Libertadores, são justamente os números ruins de 2019 que podem comprometer a competitividade em 2020. O clube não pode ficar sem dinheiro se quer disputar títulos.
● Dívida: 417
Por que a conta não fecha?
Se o torcedor enumerar as contratações feitas pela diretoria do São Paulo em 2019, pode ficar com a impressão de que a causa do crescente endividamento é gastança com jogadores. Daniel Alves, Alexandre Pato, Hernanes. Mas o retrato das finanças mostra que o principal motivo para os problemas na verdade está do outro lado do quadro, nas receitas, entre previsões que não foram cumpridas.
O melhor jeito para entender o que deu errado nas contas desta temporada é a comparação entre orçado e realizado – previsão e realidade. Antes do início do ano, o departamento financeiro tricolor fez os cálculos e concluiu que chegaria a agosto deste ano com um lucro de R$ 40 milhões. Acabou com um prejuízo de R$ 77 milhões. É uma diferença grande demais, causada por dinheiro que não entrou no caixa.
- Negociações de jogadores: o São Paulo esperava arrecadar R$ 121 milhões, mas conseguiu “apenas” R$ 71 milhões com Rodrigo Caio, Lucas Fernandes, Éder Militão, Tuta, Maicon e Thiago Mendes, entre vendas, bônus e receitas com mecanismo de solidariedade
- Direitos de transmissão: a mudança no fluxo de pagamento da televisão fez com que as receitas só crescessem a partir de julho. Além disso, a eliminação precoce na Libertadores prejudicou. Em vez de arrecadar R$ 118,5 milhões, obteve R$ 65 milhões
- Publicidade e patrocínio: o clube pretendia arrecadar R$ 19,5 milhões com a área comercial, mas ficou em apenas R$ 14 milhões. A diferença está em um patrocínio que a diretoria tricolor acreditava ser viável para esta temporada, mas que ainda não foi fechado
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