O governador João Azevêdo, que resolveu não só manter como ampliar o ‘modelo’ de terceirização dos serviços de saúde implantado pelo seu antecessor, Ricardo Coutinho, e que desencadeou na Operação Calvário, que investiga um esquema criminoso e que teria desviado cerca de R$ 2 bilhões dos cofres públicos paraibanos, parece não ter entendido ainda o grau de periculosidade da atuação de Organizações Sociais, vide Cruz Vermelha gaúcha e Ipcep. Em ritmo de ‘segue o calvário’, o governador acaba de qualificar mais uma OS com um passado sombrio e de muitas irregularidades em outros estados.
É o caso, por exemplo, do IAG (Instituto de Apoio à Gestão Pública), que administrou postos de saúde em Tramandaí (RS), alvo de investigações do Ministério Público Federal, após denúncia de que que parentes de políticos e cabos eleitorais foram beneficiados numa seleção conduzida pelo instituto. Pois, o governador acaba de qualificar o IAG com vistas a uma contratação futura.
Conforme reportagem do G1, o IAG “já havia recebido quase R$ 8 milhões para administrar os postos de saúde de Tramandaí. Antes do suposto esquema, a empresa havia firmado contrato emergencial, entre agosto de 2017 e fevereiro de 2018, mas a prefeitura identificou despesas indevidas de mais de R$ 350 mil.”
E ainda: “A averiguação foi feita com base na prestação de contas da verba da Saúde, quando a terceirizada apresentou notas de passagens aéreas e hospedagem, além de gastos com abastecimento e cafezinho. Os dados foram coletados por uma CPI aberta pela Câmara para investigar o contrato emergencial firmado com a prefeitura.” (mais em https://glo.bo/322fTKf)
Em meio ao que se anuncia como maior escândalo de corrupção da história da Paraíba, cujas entranhas estão sendo mostradas por sucessivas fases da Operação Calvário, que teve como nascedouro a descoberta de uma Organização Criminosa (Orcrim) mostrada a partir de contratos fraudulentos com Organizações Sociais, vide a Cruz Vermelha, filial gaúcha, e que teria drenado para corrupção recursos que devem chegar a quase R$ 2 bilhões, apenas na área da saúde, eis que o governador João Azevêdo (PSB) sequencia o modelo adotado por seu antecessor, Ricardo Coutinho, do mesmo partido, e anuncia a ampliação do ‘modelo’ de terceirização colocado em xeque pelas investigações dos Ministérios Públicos do Rio de Janeiro e Paraíba.
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