Congresso, ao ver dinheiro, se anima a negociar. Surpresos?
JR. Guzzo
De todo esse pacote de reformas que o governo está mandando para o Congresso, talvez valha prestar atenção especial às mudanças propostas na redistribuição do dinheiro público. O importante a notar, aí, é que estados e municípios terão mais dinheiro – e se há uma coisa que senadores e deputados adoram ouvir é essa modalidade específica de desconcentração de renda.
Mais dinheiro “para estados e municípios” significa, na prática, mais dinheiro a ser gasto de acordo com algum tipo de influência real dos políticos. Isso, por sua vez, significa mais chances reais de reeleição, e nada mobiliza tanto os corações e mentes dos parlamentares brasileiros (e de qualquer país, para falar a verdade) quanto continuar nas cadeiras que ocupam.
O dinheiro, aparentemente, não é pouco – mesmo por que deve fazer parte dele a nova fortuna que vai aparecer no caixa do poder público, já a curto prazo e nos próximos anos, com a abertura do Brasil para a exploração do seu petróleo. São centenas de bilhões de dólares que até há pouco não valiam um tostão, pois permaneciam enterrados no fundo do mar – e agora começarão a vir à tona.
Os “royalties” e outras participações nessa montanha de recursos são um ponto essencial no entendimento entre o governo, que fará a divisão, e os políticos, que vão se beneficiar dela. Estão falando, já, em 400 bilhões de reais para estados e municípios ao logo dos próximos 15 anos, pode ser mais. Nessas horas é incrível como aumenta a disposição de negociar – qualquer coisa – por parte do Congresso Nacional.
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