Ricardo, socialismo e palavras ao vento
Por Ivandro Oliveira
O socialismo, idealizado pelos alemães Karl Marx e Friedrich Engels, sempre foi o alicerce dos discursos dos chamados partidos de esquerda e de suas respectivas lideranças aqui e alhures. Como regime político-econômico visava sufocar e extinguir o sistema capitalista e suas ideias socialistas almejavam implantar uma sociedade mais justa e igualitária. Desejava, pelo menos no papel, de fato.
O ex-governador Ricardo Coutinho, que volta a se apresentar (pelo menos tem se esforçado) como um dos porta vozes dessa retomada das idéias marxistas por essas bandas, juntamente com o petismo, após a soltura do ex-presidente Lula, em meio aos avanços das idéias de Paulo Guedes (Ministro da Economia) no governo Bolsonaro, sempre estufou o peito feito galo de chanteclair para alardear aos quatro cantos que sempre buscou melhorar a vida das pessoas, reduzindo injustiças e desigualdades em suas administrações.
Mas, na Paraíba, durante a gestão Coutinho, o autoproclamado bastião socialista tabajara, 10% da população ocupada com os maiores rendimentos recebe um valor médio de R$ 7,1 mil, enquanto que para os 40% com os menores rendimentos, essa quantia é de R$ 438, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Dessa forma, o primeiro grupo recebia, em 2018, aproximadamente 16,2 vezes mais em relação ao segundo.
No primeiro grupo, está inserida cerca de 11,2% da população paraibana, aproximadamente 447 mil pessoas, conforme a pesquisa. Já o segundo é mais abrangente e inclui 40% da população, o que representa 1,588 milhão de pessoas nessa linha de pobreza. Os números expõem, de forma maiúscula, que sob seu comando a Paraíba, os paraibanos e paraibanas viveram tempos injustos, a julgar pela desigual distribuição de renda.
O Estado só é menos desigual que o Piauí, em que a razão totalizou 18,4. O dado da Paraíba chega a ser superior a média nacional, pasmem, de 13 e à regional de 14,1. Já no que se refere às residências, a pesquisa aponta que, em 2018, cerca de 44,8% da população paraibana teve um rendimento domiciliar per capita de até meio salário mínimo, ao passo que 0,7% não teve rendimentos.
Em relação às linhas de pobreza, como o Brasil não possui uma oficial, o IBGE considerou os valores de US$ 1,90 diário per capita, estabelecido pelo Banco Mundial como limite para a definição de pobreza global, e o de US$ 5,50 diário per capita, da mesma instituição, mas direcionado para países com rendimento médio-alto, como é o caso do Brasil.
Os números do IBGE desmonta tudo que foi predito e dito pelo ex-governador paraibano ao longo de todos esses anos, demonstrando, clara e cristalinamente, que sua passagem pela chefia do executivo estadual não conseguiu nem diminuir injustiças e tampouco desigualdades. Pelo contrário, até as aprofundou, a julgar pelos dados da pesquisa.
A constatação que tudo isso leva, sem meias verdades ou mentiras completas, é que o ‘socialismo’, notadamente o apregoado por longos oito anos por essas bandas, não passou de mera verborragia, um discurso bonitinho, demasiadamente ordinário e falso feito nota de três reais. Como um risco n’água’, agora se sabe que as ideias e, sobretudo, as palavras de Ricardo Coutinho não corresponderam aos fatos, diria o poeta Cazuza.
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