Após quase duas semanas inteiras de negociações e muitas idas e vindas, é oficial: Wagner Pires de Sá não é mais presidente do Cruzeiro. Nem ele, nem os vice-presidentes Hermínio Lemos e Ronaldo Granata, eleitos juntos com Wagner, continuam no cargo. Um conselho gestor assume o clube interinamente, até que novas eleições presidenciais sejam convocadas, em momento que marca a instabilidade política e administrativa do clube. Mas há muito o que se fazer para reconstruir o clube e formar uma equipe, com duas semanas praticamente perdidas.
O Conselho Gestor será formado por oito empresários e conselheiros do Cruzeiro: Alexandre de Souza, Carlos Ferreira, Emílio Brandi, Jarbas dos Reis, Saulo Tomaz Froes, Pietro Sportelli, Pedro Lourenço e Walter Cardinalli.
Eles tentarão estancar a sangria financeira do Cruzeiro e a forte cisão política dentro do clube. Os primeiros atos mais urgentes são:
- Recuperar a credibilidade no mercado e captar recursos para o clube
- Pagar os salários atrasados, evitando rescisões unilaterais
- Formar um time para 2020 dentro da realidade financeira
O Conselho Gestor, que será chamado de “Conselho de Notáveis” – para estar conforme o Estatuto – receberá o Cruzeiro com R$ 700 milhões em dívidas, quase três meses de salários atrasados, seis meses de direitos de imagem, repasse de FGTS atrasado, além da debandada que se anuncia de atletas por meio da Justiça, iniciada pelo meia Thiago Neves e pelo zagueiro Fabrício Bruno.
A indefinição política no Cruzeiro impediu que o planejamento para 2020 fosse realizado da melhor forma. Tanto que Márcio Rodrigues, que está tocando o futebol do clube, deixará a Raposa com a chegada do Conselho Gestor. Foram duas semanas praticamente perdidas, sem nenhuma situação definitiva do atual elenco e de quem virá para o clube, tanto na parte administrativa, quanto no futebol.
A presidência de Wagner Pires de Sá
Wagner Pires não era a primeira opção de Gilvan de Pinho Tavares na eleição para presidente do Cruzeiro, em outubro de 2017. As outras tentativas do então presidente não vingaram, e Wagner acabou sendo o escolhido em uma costura política com outras alas do clube.
Em meio a uma eleição conturbada, rodeada de acusações entre a chapa de Wagner e a encabeçada por Sérgio Santos Rodrigues, Wagner angariou apoio da maioria do Conselho Deliberativo e acabou vencendo por 235 votos a 200. Mas o acordo com Gilvan de Pinho Tavares acabou sendo rompido antes mesmo de Wagner assumir a presidência.
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