O setor têxtil da região do Capibaribe, em Pernambuco, está sofrendo, há vários anos, com o colapso hídrico. Um Termo de Cooperação foi assinado, na última semana, entre os governos da Paraíba e Pernambuco no intuito de transferir água que chega da transposição do rio São Francisco, em Monteiro, para a região pernambucana, para abastecer pelo menos sete cidades do estado vizinho.
A região afetada pela seca em Pernambuco é uma das maiores produtoras de jeans e outros produtos têxteis.
Enquanto que na Paraíba a água do São Francisco está sendo liberada apenas para a dessedentação animal, consumo humano e irrigação de subsistência, em Pernambuco será usada, também, para a confecção de jeans, produção que leva grande quantidade de água na lavagem das peças.
Quem comemorou a possibilidade da chegada da água no local foi o presidente do Núcleo Gestor da Cadeira Têxtil e Confecções de Pernambuco, Fred Maia.
Em entrevista à Rádio Campina FM, ele disse que esta é uma notícia muito animadora e agradeceu pelo governo daquele estado ter encontrado uma solução para a escassez de água no local.
Segundo ele, por conta da crise econômica e hídrica, muitas confecções fecharam as portas e outras demitiram muitas pessoas, pois a produção estava baixa.
Neste período de seca que afeta o Nordeste, a queda na produção por falta da água foi de 40%, e por mais que o governo estadual esteja construindo adutoras para transferir água de outras cidades para lá, só chega nas torneiras uma vez a cada oito dias, e em outros locais, uma vez por mês.
O abastecimento de água na região é feito, em sua maior parte, por carros-pipa.
Fred espera que a chegada da água baixe os custos, e as empresas tenham uma melhor lucratividade e mantenham os empregos que ainda existem.
– Cada empresa tem seu caso particular, tem algumas que usam muita água na confecção e outras, não. A lavagem do jeans requer muita quantidade de água, e o preço dela aqui é muito alto, em relação aos concorrentes do Sul e Sudeste. Enquanto lá a água custa R$ 1,20, aqui é cobrado R$ 30 por mil litros – disse.
Paraíbaonline
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