Um avião da companhia Air Canada fez com sucesso nesta segunda-feira (3) um pouso de emergência no Aeroporto Internacional de Barajas, em Madrid, confirmaram autoridades espanholas.
Um avião da Air Canada com 130 pessoas a bordo prepara-se para aterrar de emergência no aeroporto de Madrid por problemas com uma das rodas do trem de aterragem, segundo o El Mundo. O voo AC837 partiu de Barajas para Toronto, quando o incidente durante a descolagem fez com que o piloto decidisse preparar uma aterragem de emergência.
O jornal avança ainda que o avião está a sobrevoar em círculos o aeroporto para “queimar combustível”, de forma a perder a maior quantidade possível de peso. Estima-se que essa operação possa demorar cerca de três horas.
O Aeroporto de Madrid-Barajas publicou, na sua conta de Twitter, imagens do avião enquanto circula.
El vuelo AC837, operado por Air Canada y con destino Toronto, se encuentra actualmente quemando combustible al sur de la capital tras haber registrado una incidencia con el tren de aterrizaje cuando despegaba de Barajas a las 14:55. [vídeo de @Beatrizxy]
O El Mundo teve acesso ao áudio das comunicações dentro do avião. Na conversa com os 130 passageiros, o piloto diz ter havido “um problema com uma das rodas durante a descolagem” e explica que irão largar combustível — o avião estava carregado para o voo transatlântico até ao Canadá. “Pedimo-vos muita calma e muita paciência”, termina o piloto.
Um caça do Exército espanhol, um F-18, estará a voar à volta do Boeing para tentar avaliar os danos no trem de aterragem, segundo informa a Cadena SER.
O El País teve entretanto acesso a uma fotografia tirada dentro do avião, onde é possível ver um dos F-18 a acompanhar o AC837.
O ministério da Defesa espanhol informou entretanto o El País que, quando o avião acabar o processo de queimar combustível, irá ser tomada a decisão do local de aterragem: se será no aeroporto de Madrid, ou na Base Aérea de Torrejón de Ardoz.
O governo espanhol está a acompanhar a situação, com a Moncloa a anunciar que o ministro dos Transportes já seguiu para o Aeroporto de Barajas, a fim de acompanhar a operação de aterragem de emergência. O comité de crise da Aena, responsável pela gestão do Aeroporto de Madrid, está reunido para coordenar a resposta conjunta das várias autoridades.
Um utilizador do Twitter, de nome Aaron C., identifica-se como sendo um dos passageiros dentro do avião e avança que a aterragem deverá ocorrer dentro de uma hora. O El Periódico confirma que o piloto já indicou à torre de controlo que prevê aterrar às 19h30 (hora de Madrid, 18h30 em Lisboa).
Antes disso, os passageiros do AC837 já tinham estado algumas horas à espera de descolar, enquanto o Aeroporto esteve encerrado devido à presença de um drone no local, das 12h40 às 14h15. O Boeing 767 levantou voo 15 minutos depois do aeroporto reabrir.
Nas imediações do Aeroporto Adolfo Suárez já estão vários veículos de emergência médica a postos. Há neste momento uma pista isolada no aeroporto preparada para a aterragem do AC837. O avião esteve inicialmente a sobrevoar o sul de Madrid e está agora em Tarancón, na província de Cuenca.
A aeronave está a voar a baixa altitude, cerca de 2.300 metros, e a apenas a 550 km/h, até gastar quase todo o combustível para poder tentar uma aterragem em segurança, segundo explica o El País. Especialistas ouvidos pelo El Mundo dizem uma aterragem deste tipo é sempre de alto risco.
Pode acompanhar a trajetória do avião aqui. No site FlightRadar também é possível acompanhar a trajetória do avião no mapa.
É possível um avião aterrar sem um roda?
Em princípio, sim. É isso que diz o piloto Javier Moya, instrutor da empresa Aviation Group, que foi ouvido pela Cadena SER. Segundo Moya, os Boeing 767 estão preparados para aterrar apenas com um motor funcional e, como têm oito rodas no trem de aterragem, conseguem em teoria aterrar com uma a menos.
“[O avião] terá tendência a desviar-se para um lado, mas ao sabê-lo [o piloto] pode compensar, para que o avião não se desvie na pista de aterragem”, explica o piloto, dando como exemplo um carro que tenha um dos pneus com menos ar.
“Só não aterra antes, porque tem se desfazer do combustível que leva. Senão é demasiado pesado”, acrescentou Moya, que recomendou “tranquilidade total” e reforçou que esta é uma situação para a qual os pilotos são treinados.
Fonte: observador.pt
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