A peregrinação por justiça dos servidores do antigo IPEP, hoje Instituto de Assistência à Saúde do Servidor (IASS), parece não ter fim e as consequências, prolongadas e danosas a cada dia que passa, continuam a produzir episódios ultrajantes para quem tem sentido na pele as dores do pouco caso ou caso algum das autoridades, a começar pelo ex-governador Ricardo Coutinho, responsável direto por retirar parte dos salários dos barnabés no inicio de sua gestão, em 2011. O último lastimável episódio de um enredo marcado por injustiças e crueldade contra os servidores do IPEP dá conta de uma ‘vaquinha’ que estaria sendo feita pelo grupo com a finalidade de custear o mínimo existencial para uma senhora de mais de 80 anos de idade.
A revelação foi feita pelo jornalista Helder Moura, no programa Intrometidos, transmitido via web pelo canal da Ativa Web no Youtube. Confira:
Recentemente, o governador João Azevedo chegou a admitir que o seu antecessor, Ricardo Coutinho, cometeu injustiça com o pessoal do antigo IPEP e revelou a intenção de buscar uma solução para a situação em que se encontram os servidores., contudo, infelizmente, depois disso o que se viu foi uma postura idêntica ao líder girassol, que também tem tratado com indiferença a questão que já se arrasta por mais de nove anos, apesar de todas as decisões da justiça determinando a reparação do dano aos servidores.
“Necessitamos que o governador reveja nossa situação e desfaça a injustiça feita. Em 2011, chegou um fascista, com o objetivo de anular o Decreto Estadual nº 11.981/8, com um recurso chamado ADPF (Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental) e quer que até os mortos sejam exonerados, depois de 33 anos”, disse Tânia.
Ainda segundo Tânia, “o Estado vem reiteradamente descumprindo decisões que impactam diretamente a vida de 1.200 famílias Ipepianas, os quais estão há nove anos, sem obter nossos vencimentos de forma correta, onde no decorrer desses anos, mais de 50 colegas já faleceram e um suicídio comprovado, sem receber o que lhe era de direito, direito esse reconhecido em decisões transitadas em julgado desde 2004”.
Propina da Cruz Vermelha daria para pagar
A revelação é espantosa, mas o fato é que a propina desviada apenas no escândalo da Cruz Vermelha gaúcha, de R$ 200 milhões, daria para pagar a folha integral dos salários do pessoal do antigo IPEP por quase oito anos da gestão Ricardo Coutinho. A conta, conforme advogados da categoria, é simples: o custo do pagamento dos servidores importaria em R$ 2,5 milhões ao mês. Ou, R$ 30 milhões ao ano. Basta então dividir os R$ 200 milhões por R$ 30 milhões/ano.
Os números batem com uma decisão do juiz Gutemberg Cardoso, da 3ª Vara da Fazenda, ainda no final do ano passado, e referendada pelo desembargador José Ricardo Porto, de bloquear R$ 5 milhões paga o pagamento imediato de duas folhas. Ou seja, R$ 2,5 milhões/mês. Pelo sim, pelo não, a julgar por tudo que até aqui foi descoberto, para o governo anterior foi mais negócio a propina de R$ 200 milhões do que o pagamento dos salários integrais dos funcionários.
Discussion about this post