A pandemia global do coronavírus pode acabar em junho se os países se mobilizarem para combatê-la, disse hoje (12), em Pequim, Zhong Nanshan, o principal assessor médico da China. O governo declarou que o pico terminou no país e que os casos novos na cidade de Hubei caíram para um dígito pela primeira vez.
Cerca de dois terços dos casos de coronavírus no mundo foram registrados em Hubei, província do centro da China onde o vírus surgiu em dezembro, mas nas últimas semanas a grande maioria dos casos novos emergiu fora do país asiático.
Autoridades chinesas acreditam nas medidas rígidas que adotaram – como sujeitar Hubei a uma interdição quase total e a contenção de grandes surtos em outras cidades – e dizem que outras nações deveriam aprender com seus esforços.
“Falando em termos gerais, o pico da epidemia passou na China”, disse Mi Feng, porta-voz da Comissão Nacional de Saúde. “O aumento de casos novos está caindo”, garantiu.
Já Zhong Nanshan, assessor médico do governo chinês, disse, em entrevista hoje, que, contanto que os países levem os surtos a sério e estejam preparados para adotar medidas firmes, o surto pode acabar em todo o mundo em questão de meses.
“Meu conselho é conclamar todos as nações a seguirem as instruções da OMS (Organização Mundial da Saúde) e intervir em escala nacional”, disse. “Se todos os países se mobilizarem, pode [o surto] acabar até junho”, opinou.
Vírus menos ativos
Zhong, epidemiologista de 83 anos renomado por ajudar a combater o surto da Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars) em 2003, disse que os vírus da mesma família costumam se tornar menos ativos em meses quentes, o que pode ajudar a refrear a disseminação.
“Minha estimativa de junho se baseia na suposição de todos os países adotarem medidas positivas. Mas se alguns países não tratarem a transmissibilidade e periculosidade com seriedade, durará mais”, enfatizou.
Diante da desaceleração acentuada da propagação do vírus na China, muitos negócios reabriram, e as autoridades estão amenizando cautelosamente as medidas severas de contenção.
A China está se concentrando em reativar fábricas e negócios prejudicados pelas diretrizes adotadas para enfrentar a doença.
A atividade industrial despencou para seu pior nível já registrado em fevereiro, e embora mais negócios tenham reaberto nas últimas semanas, à medida em que as ações de contenção foram sendo amenizadas, analistas não acreditam que a atividade voltará ao normal antes de abril.
Agência Brasil
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