Enquanto os números da pandemia de coronavírus no Brasil continuam a aumentar, nessa quarta-feira (10) o país registrou 79.876 novos casos e 2.286 mortes pela doença, a quantidade de leitos de unidade de tratamento intensivo (UTI) disponibilizados pelo governo federal caminha na direção oposta.
Segundo levantamento do (M)Dados, núcleo de jornalismo de dados do portal Metrópoles, com base no balanço divulgado pelo Conselho Nacional dos Secretários Estaduais da Saúde (Conass), e números atualizados até quarta-feira (10), dos quase 20 mil leitos bancados pela pasta federal desde março de 2020, quando a pandemia foi reconhecida, apenas 3.372 (16,5%) continuam recebendo aporte financeiro no pior momento da Covid-19 no país.
Há redução de quase 50% ao ser comparado com o que foi registrado há um mês e de 71% em relação ao pico da primeira onda da doença, em julho, quando existiam 11,5 mil leitos custeados pela União.
Essa queda ocorre num contexto de colapso em hospitais de todas as regiões do Brasil. Levantamento do Metrópoles mostra que em ao menos 22 unidades federativas, até as 18h dessa quarta, a taxa de ocupação de UTIs públicas para Covid-19 superava os 80%. Em 12 delas, já passa de 90%. E em duas – caso do Acre e de Mato Grosso do Sul –, de 100%.
O motivo do corte brusco foi o término, em 31 de dezembro de 2020, da vigência do decreto de estado de calamidade, no qual o
Ministério da Saúde se compromete a pagar parte dos gastos com os leitos intensivos utilizados.
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