Quem tem um sofá em casa para se desfazer e não tem como levar pessoalmente a um ecoponto regulamentado pela prefeitura nem sempre encontra uma solução fácil para o descarte. Foi pensando nisso que a ONG Pimp My Carroça desenvolveu o aplicativo Cataki, que conecta catadores de recicláveis a pessoas que querem se desfazer de resíduos.
Pelo aplicativo, o usuário encontra um catador credenciado próximo de sua casa e negocia direto com ele um valor para a retirada do resíduo. Os catadores não precisam ter um smartphone para estar na plataforma. Um número de telefone para receber chamadas é o suficiente.
A ideia ganhou a etapa nacional da competição entre iniciativas que unem tecnologia e impacto social organizada pela plataforma global Chivas Venture. Agora, o Cataki disputa a etapa internacional. O vencedor da votação popular online, que vai até terça-feira (30), ganha US$ 50 mil.
“Catadores são invisibilizados ”
Atualmente, o aplicativo tem mais de 1.400 catadores cadastrados em quase 300 cidades brasileiras. Só em São Paulo são 422 catadores.
O catador Caio Cesar Quirino, 42 anos, é um deles. Ele trabalha recolhendo resíduos há 5 anos e há quase um usa o aplicativo. Ele diz que melhorou muito a logística do seu trabalho.
“Antes a gente ficava a esmo coletando o que achava na rua e agora já vou direto em quem fez contato. Fora que as pessoas dão valor, pagam para retirar o resíduo e valorizam o serviço. Mudou muito a forma como a gente está sendo visto”, diz ele.
Segundo um dos criadores do aplicativo, João Bourroul, a ideia é aumentar tanto a renda dos catadores quanto os índices de reciclagem do Brasil.
O Cataki é um app gratuito. Além disso, 100% do dinheiro gerado nas coletas fica com o catador: o app é apenas a ponte entre quem quer reciclar e quem trabalha com reciclagem. O usuário gerador de resíduos pode baixar o aplicativo no Google Play ou na Apple Store.
A ideia é reinvestir o prêmio, caso ganhem, segundo João. “Queremos conectar 1 milhão de pessoas na plataforma.”
G1
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