O procurador-geral da República, Augusto Aras, disse em entrevista ao programa Em Foco, na GloboNews, que compete ao STJ decidir procedente ou improcedente o “incidente de federalização” no caso Marielle Franco.
Aras foi entrevistado pelo programa na segunda-feira (28). Nesta quarta-feira (30), a produção da GloboNews entrou em contato com assessoria do procurador, para saber se ele queria se manifestar a respeito da reportagem do Jornal Nacional que mostra uma citação a Jair Bolsonaro por um porteiro do condomínio onde mora o presidente e um dos acusados de matar a vereadora.
No dia do crime, um dos suspeitos da morte da vereadora, Elcio Queiroz, visitou outro suspeito, Ronnie Lessa, que mora no mesmo condomínio de Bolsonaro. O porteiro relatou à polícia que o visitante disse que iria à casa do então deputado. A Câmara dos Deputados registrou que Bolsonaro estava em Brasília nesse dia.
A assessoria da PGR respondeu à produção do “Em Foco” que o assunto não é com a PGR, e os jornalistas estão sendo orientados a buscar o Ministério Público do Rio.
Como há uma citação ao presidente, o caso Marielle pode subir para o Supremo Tribunal Federal (PGR).
Antes de deixar o cargo, Raquel Dodge, antecessora de Aras na PGR, pediu a federalização do caso Marielle.
Perguntado pelo “Em foco” se é a favor da federalização, antes da revelação desta terça (29) com a citação a Bolsonaro, Aras respondeu:
“Olha, na verdade, existe uma discussão entre o MPF, no que toca a minha antecessora, e o MP estadual do Rio. Compete ao STJ decidir se vai julgar procedente ou improcedente o incidente de federalização número 24.”
Veja trecho da entrevista, que vai ao ar hoje na GloboNews:
Blog: No caso Marielle, que o senhor citou, tem esse pedido de federalizar a investigação. O senhor é a favor?
Aras: Olha, na verdade, existe uma dicussão entre o MPF, no que toca a minha antecessora, e o MP estadual do Rio. Compete ao STJ decidir se vai julgar procedente ou improcedente o incidente de federalização número 24.
Blog: O senhor vai tratar com prioridade esse caso?
Aras: Olha, o caso está sendo tratado em segredo, em sigilo. E assim vai continuar. Está na lei.
Blog: O senhor acha que é um caso importante?
Aras: Sim, com certeza. Como diria o clérigo inglês John Don, ninguém é uma ilha. Eu não pergunto por quem os sinos dobram, porque eles dobram por ti. A morte de Marielle, ou de qualquer pessoa, João, Maria, José, Ágata, é sempre a morte, um pedaço de mim, de nós, que faz falta.
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