A atriz e bailarina Marilena Ansaldi, um dos nomes mais importantes da dança no Brasil, morreu nesta terça-feira (9) aos 86 anos, na cidade de São Paulo. A informação foi confirmada pela Secretaria Municipal de Cultura, que lamentou o falecimento em nota.
Nas redes sociais, o comunicado, assinado pelo secretário municipal da Cultura, Alexandre Youssef, relembra que ela foi a primeira solista do Corpo de Baile do Teatro Municipal nos anos 1950 e 1960, até compor o Balé Bolshoi na Europa.
A São Paulo Companhia de Dança (SPCD), corpo artístico da Secretaria Estadual de Cultura e Economia Criativa de São Paulo, destacou que “multifacetada, Marilena atuou como bailarina, coreógrafa, produtora, autora e atriz, sendo precursora da dança-teatro no Brasil”.
Após a temporada na Europa e de volta ao Brasil, Marilena Ansaldi participou de diversas montagens, atuou por políticas públicas da Cultura, e se despediu dos palcos aos 82 anos no espetáculo “Depois”, da Studio 3 Cia de Dança, em 2019.
Ainda não há informações sobre o velório e sepultamento da artista.
Trajetória
Filha do barítono italiano Paulo Ansaldi e da corista Maria Nazareth da Silva, Maria Helena Ansaldi nasceu na cidade de São Paulo em 1934 e se tornou pioneira na criação de espetáculos que unem dança, teatro e recursos multimídia no Brasil.
Iniciou os estudos da dança aos 17 anos e dois anos mais tarde já se tornou a primeira bailarina, quando passa a interpretar solos especialmente criados para ela na Escola Municipal de Bailado e, mais tarde, também foi solista no Teatro Municipal.
Em 1962, aos 28 anos, participou do Festival da Juventude em Helsinki, Finlândia, e seguiu viagem à Rússia, onde obteve bolsa de estudos no Balé Bolshoi.
Na companhia, ela interpretou Zarema, um dos papéis principais da ópera A Fonte, de Baychisaray, e foi cumprimentada por Nikita Kruschev, que liderava a União Soviética à época, era um dos homens mais poderosos do mundo e assistiu ao espetáculo.
Em 1965 voltou ao Brasil e casou-se com o crítico teatral Sábato Magaldi. Neste período, ela ajudou a fundar o grupo Balé de Câmara do Estado de São Paulo e foi uma das diretoras da Sociedade Ballet de São Paulo.
Em 1975, aos 41 anos, lançou-se à criação de “Isso ou Aquilo”, espetáculo solo que foi premiado e depois apresentado na Itália, na Alemanha e na França. Em seguida, produziu, criou e interpretou uma nova série de espetáculos.
Em sua autobiografia, Marilena declarou: “Tudo o que construo no teatro me chega através da música. A cor, o espaço e o próprio texto são ditados por uma inspiração musical. E cada música gera sua própria imagem”.
Na TV Globo, participou como atriz das produções Rabo de Saia, de 1995, com direção de Walter Avancini, e, em 1986, da regravação da novela Selva de Pedra.
Ela se despediu dos palcos aos 82 anos de idade, ao lado da Studio3 Cia. de Dança, com o espetáculo de dança “Orpheus”.
G1
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