Uma barragem da Vale, em Barão de Cocais (MG), entrou em alerta máximo para o risco de rompimento na noite desta sexta-feira (22). As sirenes nas proximidades da barragem Sul Superior, da mina de Gongo Soco, foram acionadas. Esta é segunda vez que as sirenes foram disparadas em pouco mais de um mês, e moradores já haviam sido retirados de suas casas no dia 8 de fevereiro.
O nível de segurança da barragem que estava em 2 foi alterado para 3. A Prefeitura de Barão de Cocais informou que não houve rompimento.
Muitos moradores não dormiram e passaram a madrugada nas ruas.
Em nota, a Vale informou que a medida é preventiva e foi tomada após uma auditoria independente informar à mineradora que a barragem tem “condição crítica de estabilidade”. (Veja íntegra do comunicado no fim desta reportagem).
A orientação para a mudança do nível de alerta partiu da Agência Nacional de Mineração (ANM). De acordo com a agência, o nível 3 significa “rompimento ou risco eminente de romper”.
A barragem é do mesmo tipo da de Brumadinho, que rompeu em fevereiro e matou 210 pessoas. Outras 96 continuam desaparecidas.
Área evacuada
A área mais próxima à barragem foi evacuada no dia 8 de fevereiro, após sirenes serem acionadas pela primeira vez para o risco de rompimento. Moradores das comunidades de Socorro, Tabuleiro e Piteiras, que ficam na zona de autossalvamento, foram retirados de suas casas. Cerca de 150 famílias atingidas – 452 pessoas – foram levadas para hotéis em cidades da região. De acordo com a Defesa Civil, não há ninguém em área de risco.
O prefeito de Barão de Cocais, Décio Geraldo dos Santos, afirmou na noite desta sexta-feira que os moradores que continuam na área secundária “não têm motivo para entrar em pânico”. “Não houve rompimento da barragem, mas precisam ficar alertas”, disse.
A Defesa Civil e Tropa de Choque foram deslocadas para a cidade, onde ficarão de prontidão, caso pessoas que moram na área 2 precisem ser retiradas de casa. Cerca de três mil casas estão na chamada zona de autossalvamento. No local será feito um treinamento de evacuação com os moradores no final de semana, de acordo com a Defesa Civil.
A Barragem Superior Sul está entre as dez que a Vale pretende eliminar. Ela foi construída pelo método de “alteamento a montante”. Considerado ultrapassado e menos seguro do que outras alternativas existentes, ele é o mesmo usado na construção de barragens que se romperam em Mariana, em novembro de 2015, e em Brumadinho, em 25 de janeiro deste ano.
A administração municipal defende que essas pessoas sejam transferidas para casas alugadas até que possam retornar aos seus imóveis. Defende ainda que a barragem seja descomissionada o mais rápido possível, para que os riscos sejam sanados em definitivo.
G1
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