Os ministros Marcelo Queiroga (Saúde) e Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia) anunciaram nesta sexta-feira (26) que o governo federal entrou com um pedido na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para que um imunizante 100% nacional tenha o aval do órgão.
Segundo Pontes, a proximidade entre os pedidos se trata de uma “coincidência”, mas ressaltou que as duas vacinas são boas para o país. “A gente precisa ter várias vacinas nacionais”, disse.
“É uma estratégia extremamente importante para o país o desenvolvimento de uma vacina nacional. […] A gente viu as dificuldades todas que nós tivemos para a importação é uma estratégia que segue em paralelo, extremamente importante para o país”, disse o ministro, ressaltando também a importância da “soberania nacional”.
De acordo com o Ministério das Comunicações, “os resultados dos estudos não clínicos (toxicidade e imunogenicidade) obtidos até o momento demonstram qualidade e competitividade para ser um sucesso nacional e global no controle da Covid-19”.
Segundo a pasta, a vacina demonstrou capacidade de ativar todo o sistema imunológico – imunidade humoral, celular e inata, induzir memória imunológica e proteção de longo prazo.
O imunizante é fruto do financiamento da pesquisa coordenada pelo pesquisador Célio Lopes Silva em parceria com a empresa brasileira Farmacore Biotecnologia e a PDS Biotechnology Corporation.
Butanvac
Após anunciar a criação da vacina Butanvac, o Instituto Butantan afirmou que, ainda nesta sexta, pedirá autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para que os estudos clínicos em voluntários sejam iniciados.
“Protocolaremos esse material ainda hoje, e vamos dialogar intensamente com a Anvisa para que ela perceba a importância da autorização do início desses estudos clínicos o mais rapidamente possível, para que possamos em um mês e meio, dois meses e meio, terminar essa fase de avaliação clínica e iniciar a produção”, afirmou o diretor do Butantan, Dimas Covas.
A expectativa é de que, assim que a Anvisa dê aval ao imunizante, os testes comecem já em abril, com aplicação na população a partir de julho.
A Butanvac foi desenvolvida pelo instituto, que lidera um consórcio internacional do qual é o principal produtor — 85% da capacidade total de fornecimento da vacina, se ela funcionar, sairão do órgão do governo paulista.
O Instituto Butantan também é o maior produtor de vacinas do país e já fornece a Coronavac, vacina desenvolvida em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac.
Pazuello já havia citado produção nacional
Em 10 de março, o então ministro da Saúde Eduardo Pazuello afirmou que a produção de um imunizante totalmente nacional deve ocorrer ainda no primeiro semestre deste ano.
“A notícia boa também é que dentro da encomenda tecnológica pela Fiocruz, da AstraZeneca, a produção dos insumos farmacológicos, os IFA, já acontecerão ao fim do primeiro semestre”, afirmou o general.
Da Redação com Agência Brasil e Metrópoles
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