O ministro interino da Saúde, general Eduardo Pazuello, afirmou, ontem, que o Brasil está em negociações com o laboratório norte-americano Moderna para uma possível compra com prioridade da candidata a vacina contra a Covid-19 desenvolvida pela empresa, além de já ter acordos com outras duas candidatas.
Pazuello afirmou, em entrevista coletiva transmitida pela internet durante visita ao Rio Grande do Sul, que a candidata a vacina da Moderna se soma às possíveis vacinas desenvolvidas pela Universidade de Oxford, no Reino Unido, em parceria com a farmacêutica AstraZeneca, e pela chinesa SinoVac como as mais promissoras para proteger contra o novo coronavírus.
No caso da vacina desenvolvida por Oxford com a AstraZeneca, o governo federal já acertou um protocolo de intenções que prevê a disponibilização de 30 milhões de doses até o fim do ano, e está concluindo as negociações para o pagamento e a assinatura de um acordo final que incluirá também a transferência de tecnologia para produção nacional.
“Isso já está pactuado, estamos discutindo a transferência dos recursos porque o contrato é feito pela Fiocruz, que é uma fundação do Ministério da Saúde, e essa contratação prevê a transferência de tecnologia e o recebimento do insumo para fabricação desses lotes de grande quantidade. O momento agora é o pagamento à AstraZeneca”, disse Pazuello.
Já a vacina em desenvolvimento pela SinoVac Biotech conta com a participação do Instituto Butantan, vinculado ao governo do estado de São Paulo. O acordo prevê a chegada ao Brasil em setembro de 120 milhões de doses da vacina, o que permitirá a vacinação de 60 milhões de pessoas caso ela tenha a eficácia comprovada.
Sobre a negociação com a Moderna, o ministro explicou que a possível compra direta se deve ao fato de se tratar de uma tecnologia diferente.
“Com relação à Moderna, é um outro tipo de vacina, usando uma tecnologia que nós não dominamos a fabricação, que é o RNA da molécula, e aí você, nesse caso, a gente está pactuando a possibilidade de compra com prioridade”, disse o ministro interino, sem entrar em detalhes.
A Moderna foi a primeira empresa a iniciar os testes em humanos para a vacina contra o novo coronavírus, no dia 16 de março. Na semana passada, a empresa informou que sua candidata se mostrou segura e provocou respostas imunológicas em todos os 45 voluntários saudáveis em um estudo em fase inicial.
Discussion about this post