Depois de ser alvo de créticas de um dos filhos (deputado federal Eduardo) do presidente Jair Bolsonaro e, mais recentemente, do ministro da Educação Abraham Weintraub, eis que o governo chinês prepara-se para aumentar as importações de soja dos Estados Unidos e reduzir as do Brasil. Segundo o jornalista Nelson de Sá, na Folha de S.Paulo o diário Xin Jing Bao, de Pequim, noticiou no sábado (4) uma coletiva sobre “segurança e suprimento alimentar” de um diretor do ministério chinês da agricultura, convocada porque “muitas pessoas se preocupam que a soja importada do Brasil venha a ser afetada”.
Wei Baigang afirmou que “as importações do Brasil não foram afetadas em março”, mas que as importações dos EUA devem crescer”, agora que “a primeira fase do acordo comercial sino-americano foi implementada”.
A China é o principal importador de produtos agrícolas brasileiros. O valor das aquisições pelo país asiático foi US$ 31,01 bilhões em 2019, de acordo com a Secretaria de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Em sgundo lugar ficaram os Estados Unidos (US$ 7,18 bilhões).
De acordo com a agência de notícias chinesa Xinhua, em levantamento que envolveu 13 correspondentes na América Latina, o número de confirmações de coronavírus gira em torno de 30 mil na América Latina, sendo mais de um terço no Brasil, que tem pelo menos 11,2 mil e 489 mortes provocadas pela doença.
Segundo relato da coluna de Nelson de Sá, O tabloide Huanqiu/Global Times ironizou em título que, em meio à escalada dos números, “Presidente brasileiro convoca jejum para se livrar do pecado”. Na rede CCTV, “três epidemias estão para acontecer ao mesmo tempo no Brasil”, acrescentando dengue e gripe.
O fato é que, em meio a uma pandemia global, o governo Jair Bolsonaro ainda consegue arrumar briga com a China, após integrantes da atual administração acusarem o país asiático de esconder informações sobre a covid-19 e de querer dominar o mundo com a doença.
Nesta segunda-feira, a Embaixada da China no Brasil foi ao twitter pedir uma retratação do governo brasileiro pelas declarações do ministro da Educação no twitter.
— Embaixada da China no Brasil (@EmbaixadaChina) April 6, 2020
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