O candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, fez campanha neste sábado em Belo Horizonte, e disse que vai processar quem acusou o irmão dele Lúcio Gomes de ter recebido dinheiro em troca da liberação de pagamentos de obras no governo do Ceará durante a gestão de Cid Gomes (2007-2014), outro irmão do presidenciável, informa O Globo.
“O povo brasileiro precisa saber que eu tenho 38 anos de vida pública, 38 inteirinhos. Já fui prefeito, já fui governador, já fui ministro duas vezes. Nunca fui sequer investigado ou acusado por ninguém. Será que agora, a três semanas das eleições presidenciais, quando tudo parece que estou virando o jogo para ganhar, é que vai surgir alguma coisa sem ninguém assumir a responsabilidade por isso. Aí tem. Todo mundo sabe”, questionou.
E concluiu: “mas, ainda assim, quem fizer acusação falsa vai ser processado.”
Ciro Gomes faz campanha em Brasília 21/09/2018 – EVARISTO SA / AFP
Depois de fazer campanha em Belo Horizonte, neste sábado, Ciro Gomes divulgou vídeo, nas redes sociais, para defender seu irmão, Lúcio Gomes, da acusação de receber doações eleitorais em troca da liberação de pagamentos de obras. . Na gravação, disse que o irmão é “inocente”, “sério”, “trabalhador” e dono de “um patrimônio modesto”. Na sequência, argumentou que os fatos, relatados em delações, teriam ocorrido em um período em que ele não disputou eleições.
—A mentira começa dizendo que é uma delação premiada de alguém que também diz que nunca me conheceu, e que discutiu financiamento de campanha. A última eleição que eu participei foi em 2006. Só para vocês terem uma ideia. E se tudo isso fosse verdade, isso teria acontecido em 2012 — disse.
Sobre a denúncia
Em acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República (PGR) e homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), os executivos da empreiteira Galvão Engenharia relataram que Lúcio Gomes recebeu R$ 1,1 milhão em dinheiro vivo e captou R$ 5,5 milhões via doações eleitorais oficiais para o PSB em troca da liberação de pagamentos de obras no governo do Ceará durante a gestão de Cid Gomes.
A delação foi homologada em dezembro passado e mantida até hoje sob sigilo. Ele afirma que “havia uma sistemática por meio da qual se conectava a liberação de pagamentos devidos pelo estado do Ceará com financiamento de campanhas e doações oficiais e não-oficiais”.
Segundo Valença, Lúcio “orientava a empresa a procurar diretamente Ciro ou Cid para uma ‘conversa institucional’, na qual deveriam indicar a ordem dos recebimentos das pendencias que deveriam ser cobradas”, diz o delator. A construtora detinha alguns dos principais contratos da gestão cearense, como a Arena Castelão, Eixão das Águas e o Centro de Eventos da capital.
Valença afirma, no entanto, que nunca esteve com Ciro e que o presidenciável e o governador procuravam “dar uma aparência institucional ao serem abordados sobre pagamentos devidos pelo Estado do Ceará à empresa”.
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