O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) reduziu, ontem, a taxa básica de juros da economia brasileira de 4,25% para 3,75% ao ano. A decisão foi unânime. Com a redução, o juro básico recuou ao menor patamar desde 1999 – quando entrou em vigor o regime de metas para a inflação.
Em pesquisa realizada na semana passada pelo BC, a maior parte do mercado projetava um corte menor nos juros, para 4% ao ano. A decisão do BC, tomada em meio à crise gerada pela pandemia do coronavírus, segue o exemplo de outros bancos centrais do mundo, como o Federal Reserve (BC norte-americano) e o Banco da Inglaterra.
O anúncio do Banco Central cita, como fatores que compõem o cenário econômico atual:
- a “desaceleração significativa do crescimento global”,
- a queda dos preços das commodities;
- o “aumento da volatividade nos preços de ativos financeiros”,
- e os impactos futuros do coronavírus na economia – que, segundo o BC, ainda não estão refletidos nos dados mais recentes da atividade econômica brasileira.
O comunicado fala em “cautela” na condução da política monetária, mas não descarta que os juros básicos da economia caiam ainda mais, a depender da conjuntura.
“O Copom entende que a atual conjuntura prescreve cautela na condução da política monetária, e neste momento vê como adequada a manutenção da taxa Selic em seu novo patamar. No entanto, o Comitê reconhece que se elevou a variância do seu balanço de riscos e novas informações sobre a conjuntura econômica serão essenciais para definir seus próximos passos”, diz a nota do conselho.
“O Banco Central do Brasil ressalta que continuará fazendo uso de todo o seu arsenal de medidas de políticas monetária, cambial e de estabilidade financeira no enfrentamento da crise atual.”
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