Criminosos continuam a cometer ataques a equipamentos públicos na 9ª noite de violência no Ceará. Em Fortaleza, houve detonação de explosivos embaixo de um viaduto na CE-040, no Bairro Messejana, nesta quinta-feira (11). O impacto do explosivo deixou buracos na parede de sustentação do viaduto.
De acordo com a Polícia Militar, parte desse explosivo não detonou e por conta disso a área do viaduto foi isolada e o esquadrão antibomba irá fazer a retirada do artefato explosivo.
Uma série de ataques criminosos no Ceará soma, desde o dia 2 de janeiro, 184 ações violentas contra ônibus, carros, delegacias, bancos e prédios públicos e privados. Os atentados tiveram início após o anúncio de medidas do Governo do Estado para tornar mais rígida a fiscalização nos presídios. O secretário da Segurança Pública do estado, André Costa, afirmou que não vai “recuar nenhum milímetro”.
O barulho da explosão em Messejana nesta quinta foi ouvido em bairros próximos. De acordo com uma moradora da região que não quis se identificar, a explosão gerou um tremor nas casas vizinhas. “Foi um estrondo muito forte, tipo como se tivesse uma implosão de um prédio”, afirma.
Durante a madrugada de quarta (10) também houve explosão no viaduto da estação da Linha Sul do Metrô de Fortaleza do Bairro Parangaba, em Fortaleza.
Como reação do Governo do Estado aos crimes, o governador Camilo Santana informou que chefes de facções criminosas que estavam presos no Ceará foram transferidos para presídios federais em outros estados. Ele também comunicou que 287 suspeitos foram capturados por envolvimento nos ataques. O Ceará conta também com apoio da Força Nacional e policiais militares de outros estados na força-tarefa contra a onda de violência.
Entenda o que está acontecendo no Ceará
- O governo criou a secretaria de Administração Penitenciária e iniciou uma série de ações para combater o crime dentro dos presídios.
- O novo secretário, Mauro Albuquerque, coordenou a apreensão de celulares, drogas e armas em celas. Também disse que não reconhecia facções e que o estado iria parar de dividir presos conforme a filiação a grupos criminosos.
- Criminosos começaram a atacar ônibus e prédios públicos e privados. As ações começaram na Região Metropolitana e se espalharam pelo interior ao longo da semana.
- O governo pediu apoio da Força Nacional. O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, autorizou o envio de tropas; 406 agentes da Força Nacional reforçam a segurança no estado.
- A população de Fortaleza e da Região Metropolitana sofre com interrupções frequentes no transporte público, com a falta de coleta de lixo e com o fechamento do comércio.
- Onda de violência no Ceará afastou turistas e fez a ocupação hoteleira no estado cair de 85% para 65%.
G1
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