O juiz Fernando Chacha acolheu nesta sexta-feira o pedido de prisão preventiva elaborado pelo Ministério Público de Goiás contra o médium João de Deus acusado de abuso sexual por centenas de mulheres. Homens da Polícia Militar já fazem buscas tanto em Abadiânia quanto em Anápolis para prender o líder espiritual.
Os primeiros relatos de que João de Deus teria abusado sexualmente de fiéis foram revelados pelo GLOBO e pelo programa “Conversa com Bial”, da TV Globo, desde o início do sábado.
Nesta quinta-feira, o advogado Alberto Toron, que defende o médium, foi ao Fórum de Alexânia, cidade vizinha a Abadiânia, no interior de Goiás, para apresentar a versão do líder espiritual ao juiz Fernando Chacha. A tentativa de evitar a prisão de João de Deus, no entanto, fracassou.
O defensor disse ao juiz que João de Deus queria continuar seu trabalho e chegou a propor que ele fosse filmado e vigiado por policiais enquanto consultava no seu centro espiritual.
— Nós trouxemos uma petição, que se ele assim o desejar, para o seu João de Deus continuar o trabalho dele, ele poderá filmar todo o trabalho, se ele quiser colocar policiais na casa, poderá fazê-lo, para se ter certeza de que nada de ilícito ali é praticado — explicou Toron.
Toron afirmou ao GLOBO que o líder religioso está “verdadeiramente triste e inconformado com as acusações de abuso sexual e que vem sofrendo muito”.
Filha diz que foi abusada
Dalva Teixeira, de 49 anos, filha do médium, afirmou em entrevista à revista “Veja” que foi abusada pelo pai pela primeira vez aos 10 anos. No relato, que será publicado na edição desta semana da revista, Dalva conta que, na ocasião, o pai a mandou ficar nua e passou o pênis por todo seu corpo. Os abusos aconteceram até seus 14 anos, quando ficou grávida de um funcionário de João e foi espancada pelo médium, a quem chama de “monstro”, por conta disso.
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