Diogo Mainardi, Danilo Gentili, Martim Vasques da Cunha e Diogo Chiuso adoram a imprensa livre, mas não suportam os jornais. Isso é tudo o que você precisa saber sobre os editores e criadores de “Não É Imprensa”, site que em menos de um mês amealhou dez mil assinantes –quem dedura o número é o Substack, plataforma online que pode ser a tábua de salvação dos jornais que gostamos.
Com duas opções de assinatura, “Não É Imprensa” publica análises, artigos, entrevistas e vídeos sobre a imprensa. Em vez de se associarem ao Google, que controla o tráfego e o faturamento de quase todo mundo na internet, Danilo, Martim e os Diogos preferiram fazer sociedade com os leitores. Quem paga 10 reais ao mês lê todo o conteúdo, acessa o arquivo e participa dos chats e fóruns de comentários. Quem não paga lê os leads e os textos abertos.
“‘Não É Imprensa’, em primeiro lugar, não é imprensa. Não é também rede social. E não é canal de YouTube. O que é, então? É o contrário disso tudo. O plano não é replicar ou comentar as notícias, e sim revelar o que as notícias escondem: o viés na imprensa, o adesismo na imprensa, a propaganda oculta na imprensa, a calhordice na imprensa. O site não se caracteriza pelo que é, mas sim pelo que se recusa a ser”, resumem os autores.
Diogo Mainardi é o melhor romancista do Brasil. “Contra o Brasil”, “Arquipélago” e “Polígono das Secas”, enfatizo este último, são três dos melhores livros escritos aqui nessas últimas décadas. Ex-colunista de Veja, ele se afastou da imprensa escrita no período que antecedeu o lançamento de “A Queda” e retornou ao mercado em 2015, ao lado do amigo Mario Sabino, em “O Antagonista”. Em 2022, cansado do noticiário político, Diogo abriu mão de sua participação no site. “Não É Imprensa” marca, portanto, outra volta às origens.
Danilo Gentili é o apresentador do quarto maior talk show do mundo. Com 12 milhões de inscritos no YouTube e audiência média de 100 milhões de views, o “The Noite” perde apenas para os pares americanos em audiência digital. Na TV aberta, o programa mantém médias de 4 milhões de espectadores por minuto e lidera a audiência com alguma frequência em onze das quinze regiões monitoradas pela Kantar. É seguido por muita gente nas redes sociais, mas não pelo Padre Julio Lancelotti. “Não É Imprensa” é sua primeira experiência como barão da mídia.
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