Faltando pouco mais de uma semana para o fim dos trabalhos do atual Congresso , a disputa pela presidência da Câmara no período de 2019-2020 já tem oito deputados como candidatos. Além do projeto de reeleição do atual comandante da Mesa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), a Casa deve ter postulantes de outros quatro partidos.
Aliados do atual presidente da Câmara dizem que os oponentes, por ora, não ameaçam sua vantagem e apostam que não conseguirão aglutinar apoio fora de seus próprios nichos.
— Bolsonaro disse que não poderia manifestar apoio à minha candidatura porque isso, para quem acabou de ser eleito presidente, não ficaria bem. Tem outros parlamentares que contam com a simpatia dele. Não tenho o apoio exclusivo do Bolsonaro, tenho também o apoio dele — disse Alceu Moreira ao GLOBO.
A predileção dada ao DEM na formação dos ministérios de Bolsonaro enfraqueceu, na visão de alguns, o favoritismo de Maia. Nas palavras do deputado Alberto Fraga (DEM-DF), os ministros do DEM causaram “ciúmes” na Câmara e geraram uma impressão de que o partido foi favorecido pelo governo. Dirigentes da sigla e o próprio Maia negam o desconforto e dizem que vão se manter independentes.
A aposta é que o nome de Rodrigo Maia consiga congregar, além de deputados do centrão, votos de deputados de esquerda em um eventual segundo turno, o que o torna mais viável do que os deputados alinhados mais claramente à direita. O bom trânsito de Maia com setores da esquerda, como PT e PCdoB, porém, gera desconfianças entre os bolsonaristas.
A força da bala
Campos é quem tem uma articulação cada vez mais visível nos corredores da Câmara. Além de ser da bancada evangélica, Campos é delegado e vice-presidente da Frente Parlamentar da Segurança Pública, a chamada bancada da bala. Ele também tem uma relação próxima com Bolsonaro. No último mês, esteve com o presidente eleito três vezes.
Já Giacobo afirma que aguarda uma deliberação de seu partido para decidir se vai, de fato, se candidatar.
Na bancada da bala há outro amigo do presidente que está na disputa: Capitão Augusto (PR-SP). Ele aposta que o fato de ser de São Paulo e representar os militares pode ajudá-lo. Ele compactua com a visão do filho do presidente eleito, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), que o próximo presidente da Casa tem que “tratorar” a oposição.
Há divisão no próprio campo de Bolsonaro. O presidente eleito declarou que seu partido não terá um representante na disputa, mas Delegado Waldir diz que manterá seu nome. Cita como exemplo o próprio Bolsonaro, candidato em 2017 e teve quatro votos.
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