O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse nesta sexta-feira (30) que “é possível garantir” que toda a população brasileira vai ser vacinada contra a Covid-19 até o final de 2021.
Ele deu a declaração ao participar de uma das duas coletivas de imprensa que a Organização Mundial de Saúde (OMS) promove a cada semana. Desta vez, o tema foi a situação do Brasil durante a pandemia (leia mais ao final desta reportagem).
“Temos doses suficientes para o segundo semestre, e é possível se garantir que, até o final do ano de 2021, tenhamos nossa população inteiramente vacinada”, afirmou o ministro.
Queiroga disse que o país terá 500 milhões de doses de vacina até o fim do ano.
“Optamos por uma estratégia diversificada, que inclui parcerias para transferência de tecnologia e produção nacional, contratos bilaterais com farmacêuticas e a participação no mecanismo Covax Facility, totalizando mais de 500 milhões de doses de vacinas contratadas”.
Segundo o ministro, o governo também está na “iminência de assinar” um contrato com a Pfizer para adquirir mais 100 milhões de doses.
Queiroga pediu que países que tivessem doses excedentes fizessem doações ao Brasil.
“Reiteramos nosso apelo para quem tem dose extra da vacina que compartilhe com o Brasil para que a gente consiga conter a fase crítica da pandemia e evitar a proliferação de novas linhagens do vírus”, disse o ministro.
Até agora, o Brasil só vacinou 15 milhões de pessoas com as duas doses de alguma das duas vacinas usadas no país – a de Oxford e a CoronaVac. Segundo o vacinômetro do Ministério da Saúde, 59,8 milhões de doses já foram distribuídas aos estados.
Na quinta-feira (29), chegaram em solo brasileiro 1 milhão de doses da vacina da Pfizer, a primeira remessa da farmacêutica.
Para maio, o Brasil deve ter 34,5 milhões de doses de vacinas contra a Covid-19, segundo o último cronograma divulgado pelo Ministério da Saúde. A previsão soma doses das vacinas de Oxford/Fiocruz, CoronaVac/Butantan, Pfizer/BioNTech e, também, as recebidas pelo consórcio Covax, iniciativa liderada pela OMS que tem como objetivo garantir um acesso mais igualitário às vacinas:
- Fiocruz (AstraZeneca/Oxford): 21,5 milhões
- Butantan (Sinovac/CoronaVac): 5,6 milhões
- Covax (AstraZeneca): 4 milhões
- Covax (Pfizer/BioNTech): 842,4 mil
- Pfizer/BioNTech: 2,5 milhões
Em seu discurso de abertura coletiva, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, falou sobre a pandemia no Brasil.
“Desde o início de novembro, o Brasil vive uma crise aguda, com aumento de casos de Covid-19, internações e óbitos, inclusive entre os mais jovens. Durante o mês de abril, as unidades de terapia intensiva estiveram quase lotadas em todo o país”, disse.
Ele se solidarizou com o Brasil e disse que a pandemia mostrou que as pessoas não devem baixar a guarda.
“O Brasil tem uma longa e orgulhosa história de saúde pública, com três décadas de investimentos, mas a pandemia de Covid-19 atingiu fortemente o sistema de saúde e ameaça desfazer esses ganhos”, lembrou.
Bem Estar
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