Após quase sete meses de expectativa, a Ford confirmou ontem que a Caoa manifestou intenção firme de adquirir a fábrica de São Bernardo do Campo, no ABC paulista, cujo encerramento das atividades foi anunciado em fevereiro passado, como parte da reestruturação global da montadora. O negócio deve ser concluído em cerca de 45 dias, informou João Doria, o governador de São Paulo. O montante a ser desembolsado pela Caoa não foi ainda informado, mas estima-se que chegue à cifra de R$ 1 bilhão.
O anúncio aconteceu durante coletiva de imprensa no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo de São Paulo – que há alguns meses se comprometeu a ajudar a encontrar um comprador para as instalações, que eram responsáveis pela produção do Fiesta, já descontinuado, e também da linha de caminhões da Ford.
A coletiva contou com as presenças de Lyle Watters, presidente da Ford América do Sul, de João Doria, de Orlando Morando, prefeito de São Bernardo, e de Carlos Alberto de Oliveira Andrade, presidente do conselho da Caoa – que atualmente é sócia da operação brasileira da montadora chinesa Chery e também importa e produz modelos da sul-coreana Hyundai no País.
Além disso, é uma das maiores revendedoras da Ford no Brasil. De acordo com Wagnão, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em um primeiro momento, a Caoa vai contratar aproximadamente 750 trabalhadores. De acordo com o sindicalista, para essas vagas, vão concorrer os cerca de 600 funcionários da Ford que ainda produzem os caminhões da marca e trabalhadores já desligados da montadora nos últimos meses – totalizando cerca de 1,8 mil pessoas.
Wagnão afirma que a Ford manterá a fabricação dos caminhões em São Bernardo até o fim de outubro, quando a nova proprietária deverá assumir as operações. Incialmente, a Caoa seguirá produzindo caminhões da Ford sob licenciamento, pagando royalties à montadora norte-americana.
Após os 45 dias, aproximadamente, a intenção de compra deverá ser efetivada, de acordo com Doria. O governador informou, ainda, que um automóvel será produzido na fábrica, sem detalhar de qual marca. Carlos Alberto de Oliveira Andrade sinalizou que esse automóvel não será da Chery, tampouco da Hyundai. “Será outra marca”. Nessa segunda etapa, deverão ser anunciados os valores da compra e possíveis novos investimentos.
Além da unidade de São Bernardo do Campo, hoje a Caoa mantém fábricas em Anápolis (GO), de onde saem os SUVs Tiggo 5X e Tiggo 7, da Chery, e também os utilitários esportivos ix35 e New Tucson, da Hyundai; e em Jacareí, no interior paulista, responsável pela produção do sedã Arrizo 5 e do SUV Tiggo 2, ambos da Chery.
UOL
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