No mundo das mídias sociais, ter um grande número de seguidores ainda é um sonho para muitos profissionais. Se você é um político ou trabalha com marketing político já deve conhecer bem a pressão por um número cada vez maior de seguidores. Mas não se deixe enganar. Conseguir acumular um grande número de followers não é garantia de sucesso para nenhum perfil. Entenda o motivo.
Quando o assunto é marketing digital, já ficou mais do que provado que números importam.
Traduzidos em métricas e KPIs (key performance indicators – ou indicadores-chave de performance), esses números são capazes de demonstrar numericamente o resultado de uma determinada ação e servem como base para o desenvolvimento de novas estratégias.
Por isso, por mais que o número de seguidores gere até mesmo uma competição velada entre os perfis, isoladamente, o número de seguidores não deve representar um peso grande para a sua análise, especialmente quando analisamos o perfil de uma figura pública, como a de alguns políticos. Nesse caso, vale sempre lembrar daquela máxima: quantidade nem sempre é qualidade, inclusive quando o assunto é marketing político.
Mas como saber se sua quantidade é de qualidade? Bem, a resposta está no engajamento.
Em linhas gerais, podemos considerar como engajamento qualquer interação de uma pessoa com os conteúdos publicados em suas redes sociais. Ou seja, não basta ser um número, seu seguidor precisa se manter ativo dentro da página para poder gerar interação.
No caso do Instagram, significa que é preciso estar atento não apenas ao número de curtidas, comentários e compartilhamentos, mas também às interações nos stories e até mesmo no IGTV.
Além disso, a taxa de engajamento é calculada basicamente pela divisão no número de interações pela quantidade de seguidores, fazendo com que perfis com muito seguidores demandam um esforço ainda maior para manter as taxas de engajamento elevadas.
Lula e Bolsonaro, um exemplo prático.
A semana em que o ministro Luiz Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), anulou todos os processos nos quais o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva figurava como réu no âmbito da Operação Lava Jato movimentou os perfis do ex-presidente nas redes sociais.
Fiz um estudo com a Ativaweb – empresa especializada em monitoramento e análise de marcas, política e personalidades nas redes sociais – revelou que o petista apresentou um crescimento fora da curva após a decisão do STF, ultrapassando o presidente Jair Bolsonaro em termos de engajamento em plataformas como Facebook e Instagram.
De acordo com o levantamento, Lula registrou em seu Instagram uma taxa de engajamento de 47,90%, contra 5% do presidente Jair Bolsonaro. A pesquisa levou em consideração a movimentação nos perfis de Bolsonaro e Lula durante os quinze dias que se seguiram à publicação da decisão de Fachin.
A pesquisa também revela uma importante diferença no volume de seguidores das duas personalidades no instagram. Ao final dos quinze dias pesquisados, Lula acumulava em seu perfil 2.3 milhões de seguidores, registrando uma média de 321.461 likes e 20 mil comentários durante os dias da pesquisa.
Do outro lado, Bolsonaro acumulava um total de 18.2 milhões de seguidores, e uma média de 267,503 mil likes e 15 mil comentários no mesmo período. Analisando os números, é possível perceber que Bolsonaro possui cerca de 15 milhões de seguidores a mais que Lula.
Numa situação hipotética, se Lula tivesse a mesma quantidade de seguidores que Bolsonaro, sua taxa de engajamento seria inferior a de Bolsonaro. Porém, essa diferença em volume de engajamento, independente do número de seguidores, serve como um sinal de alerta, afinal, se você tem uma audiência que engaja muito menos que a do seu concorrente é porque alguma coisa não está indo tão bem.
Aumentando sua taxa de engajamento
Para aumentar sua taxa de engajamento, invista numa estratégia focada no relacionamento com seus seguidores. Lembre-se que quanto mais engajados seus seguidores são, maior será a probabilidade deles se tornarem seus eleitores. Conheça suas dores de sua audiência e dê a ela uma experiência personalizada.
Responda as mensagens, dúvidas, elogios e comentários, criando uma relação de proximidade e gerando oportunidades para o debate de ideias. No caso dos haters, os comentários podem ser ou não respondidos, desde que você aproveite a oportunidade para lidar com a situação respeitosamente.
Além disso, invista na qualidade do conteúdo. Mostre a relevância do seu trabalho e de suas ideias na vida do seu seguidor e aposte numa identidade visual marcante e, ao mesmo tempo, amigável (desde que seja diferente da identidade visual utilizada nas campanhas eleitorais).
Por fim, mas não menos importante, crie uma linha editorial para suas publicações com espaço para aproveitar algumas tendências como vídeos em animação, gifs, figurinhas e Reels.
@AlekMaracaja
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