O setor de transportes, como tantos outros, não escapou dos prejuízos causados pela pandemia de Covid-19. Porém, não bastasse a redução no número de usuários, reflexo das acertadas medidas de distanciamento social e do aumento do home office, os ônibus terminaram sendo apontados como “vilões” na contaminação pelo Sars-CoV-2. No entanto, essa ideia vem sendo derrubada graças a pesquisas sobre os riscos reais no contexto do transporte público coletivo.
Um estudo técnico realizado pela Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU) em setembro de 2020, obtido pelo Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Passageiros de Maceió (Sinturb), já evidenciava que os ônibus não representam um risco de contágio maior do que outros ambientes. Na verdade, o que de fato aumenta a probabilidade de contaminação é a falta de cuidado individual, ou seja, não usar máscaras ou higienizar bem as mãos ao ter contato com objetos e áreas de grande circulação de pessoas.
O estudo técnico “Análise da Evolução das Viagens de Passageiros por Ônibus e dos Casos Confirmados da Covid-19” (disponível em https://bit.ly/2OWX5Lx) foi realizado com dados de 15 sistemas de transporte de 171 municípios brasileiros, responsáveis por 325 milhões de viagens por mês ou 13 milhões por dia, o equivalente a 32,5% dos deslocamentos, cruzados com registros de casos da doença do Sistema Único de Saúde (SUS).
Sistema de Maceió registrou baixo percentual de infecções
Dados levantados pelas empresas de ônibus de Maceió apontam que até o mês de fevereiro de 2021, apenas 120 casos de infecção por coronavírus foram confirmados entre rodoviários, em um universo de mais de 3 mil funcionários, representando um total de aproximadamente 4% de contaminações. No mês de junho de 2020, o Sest/Senat realizou uma testagem em massa totalmente gratuita para os funcionários das empresas de ônibus da capital, em parceria com o Sinturb.
O presidente do Sinturb, Guilherme Borges, reforça que todas as empresas seguem as determinações para que os riscos de transmissão sejam mínimos. “Desde o início da pandemia, estamos higienizando e sanitizando nossos ônibus diariamente, e orientando todos os funcionários e passageiros a terem os cuidados necessários. A segurança dos passageiros sempre esteve em primeiro lugar, e mesmo com o desequilíbrio financeiro causado pela queda no número de usuários durante o período, mantivemos o serviço em funcionamento seguindo todas as normas estabelecidas pelos órgãos competentes”, explica Borges.
Por fim, as empresas seguem exigindo o uso obrigatório de máscaras dentro dos ônibus, e recomendando que cada usuário do transporte urbano porte sempre álcool 70% para seus próprios cuidados pessoais.
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