A chinesa Huawei tenta voltar ao mercado brasileiro de smartphones, o quarto maior do mundo, com lançamento de três modelos sofisticados, marcado para o próximo dia 30 de abril. A empresa já havia entrado no país antes, com modelos mais simples.
O movimento permitirá à Huawei avançar além do seu atual papel como fornecedora de equipamentos de rede para as operadoras de telefonia no Brasil, desafiando a sul-coreana Samsung e a Motorola, subsidiária da Lenovo, que dominam o mercado local de smartphones.
“O Brasil é uma mercado com oportunidades muito significativas para a Huawei e temos um portfólio de produtos competitivo para satisfazer as expectativas de seus consumidores”, disse Ketrina Dunagan, vice-presidente de marketing da Huawei para as Américas, em comunicado enviado à Reuters.
Os planos da Huawei para o Brasil ressaltam o avanço de companhias chinesas em setores de tecnologia e consumo na América Latina, além do tradicional foco em commodities e infraestrutura.
Em fevereiro, a também chinesa Xiaomi voltou ao Brasil, com o lançamento de dois modelos em parceria com varejistas locais.
O Brasil é um dos poucos mercados na América Latina em que os aparelhos da Huawei estão ausentes das prateleiras. A companhia atualmente comercializa seus smartphones em 13 países da região, frequentemente com participação de mercado de dois dígitos.
A Huawei, terceira maior fabricante de smartphones do mundo, lançou seu primeiro aparelho no Brasil em 2014, mas o modelo Ascend P7 encontrou pouca demanda e o projeto foi descontinuado.
Agora a companhia planeja importar três aparelhos premium da linha P30, lançados recentemente e equipados com câmeras de alta resolução.
“A estratégia comercial é completamente diferente desta vez porque a marca ainda não é bem conhecida pelos brasileiros”, disse uma fonte com conhecimento do assunto à Reuters.
Se há 5 anos a Huawei tentou entrar no mercado brasileiro de smartphones como fornecedora para operadoras, que respondem por pouco mais de 10% das vendas de aparelhos no Brasil, desta vez a companhia busca parcerias com redes locais de varejo, que representam mais de dois terços das vendas, explicou a fonte.
A estratégia ainda prevê contratação de uma equipe local para montagem de aparelhos no Brasil futuramente, o que de acordo com a fonte protegeria os preços de oscilações cambiais.
A escolha de modelos mais sofisticados também deve ajudar a Huawei a ganhar a atenção de compradores cada vez mais exigentes.
“O mercado brasileiro atingiu um nível de maturidade e os fabricantes precisam trazer novidades para convencer os consumidores a trocar seus aparelhos por novos”, afirmou Renato Meireles, analista da empresa de pesquisa de mercado IDC Brasil.
As vendas de smartphones no Brasil devem cair 4,3% em 2019, para 42,5 milhões de unidades, de acordo com projeções do IDC Brasil, após retração de 6,8 por cento em 2018.
“O consumo no primeiro semestre ainda será afetado pelas turbulências econômicas e políticas, mas as vendas tendem a melhorar no segundo semestre com a chegada de novos participantes no mercado”, disse Meireles.
Fonte: G1 Economia
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