Há 10 meses na cadeia, João Teixeira de Faria, conhecido como João de Deus, passou por exames clínicos e psiquiátricos no Tribunal de Justiça de Goiás, que revelam o atual estado de saúde dele – físico e mental. O Fantástico teve acesso aos laudos com exclusividade. Neles, os peritos da Justiça afirmam que João de Deus, de 78 anos, não sofre de nenhuma doença mental e que não possui câncer, contrariando o que o preso disse há 10 dias, ao deixar uma audiência, em Anápolis.
“Vocês estão vendo que eu estou morrendo. Eu tenho câncer”, disse João de Deus.
No dia da perícia médica, realizada em 26 de agosto, João de Deus pesava 84 quilos. Desde que foi preso, ele perdeu 37 quilos.
Durante a perícia, João de Deus, que está preso no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana, disse aos médicos que passou a sentir dores no quadril direito e no joelho direito desde que foi para a cadeia, e que, às vezes, aparece sangue em sua urina. Também relatou que desmaiou e caiu diversas vezes, e que está usando bengala. Ainda segundo ele, o apetite diminuiu consideravelmente.
De acordo com os médicos, a perda de peso é normal, já que ele apresentava sobrepeso antes da prisão. Eles afirmam, ainda, que João de Deus possui pensamento claro e coerente, com capacidade de raciocínio plenamente preservada.
O laudo médico da Justiça concluiu que João de Deus não tem nenhuma condição física ou mental que o impeça de continuar na cadeia, já que os tratamentos necessários podem ser realizados com ele na prisão.
“Portanto, é possível, do ponto de vista médico pericial, que o sr. João Teixeira de Faria cumpra a pena em regime fechado, desde que seja lhe permitido se ausentar para acompanhamento ambulatorial com médico assistente para verificação das medicações psicotrópicas em uso diante dos fatores já elencados, e para reavaliação quanto às alterações cardiovasculares inespecíficas evidenciadas durante o exame físico médico pericial”.
O laudo psiquiátrico também é incisivo – afirma que “se não há doença mental, não há necessidade de tratamento e, consequentemente, não há necessidade de se recuperar de algo que nunca existiu”.
G1
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