Carros de luxo apreendidos pela Polícia Civil do Distrito Federal durante a investigação da pirâmide financeira envolvendo a empresa Kriptacoin serão leiloados pela Justiça. O dinheiro arrecadado será utilizado para ressarcir as pessoas que foram lesadas no esquema.
São 16 veículos de luxo das marcas BMW, Porsche, Mercedes-Benz, Audi e Land Rover. O lance mínimo varia de R$ 35 mil a R$ 750 mil. O leiloeiro judicial do Tribunal do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) anunciou os carros em um site especializado.
Segundo as investigações da Coordenação de Repressão aos Crimes contra o Consumidor e Fraudes (Corf), os golpistas conseguiram R$ 250 milhões no esquema da pirâmide, deixando cerca de 40 mil pessoas “na mão”.
O lance mínimo para uma Land Rover, modelo Freelander, ano 2007, é de R$ 35 mil. O automóvel mais caro é uma Ferrari 458 Itália, modelo 2011/2012, que apresenta lance inicial de R$ 750 mil. O veículo pode custar até R$ 1,3 milhão.
Os automóveis estão disponíveis para visita no Complexo Regional Norte da Polícia Civil do Distrito Federal, em Sobradinho. O primeiro leilão on-line terá início em 28 de março e será concluído em 2 abril. O segundo ocorrerá entre os dias 2 e 5 de abril.
Confira a lista dos automóveis apreendidos:
- Mercedes-Benz CLA 240 4 M, avaliada em R$ 150 mil
- Porshe Panamera, avaliado em R$ 325 mil
- Audi R8 4.2 FSI, avaliado em R$ 340 mil
- BMW 118I UA31, avaliada em R$ 65 mil
- Ferrari 458 Itália, avaliada em R$ 1,350 milhão
- Mercedes-Benz C200, avaliada em R$ 130 mil
- BMW X6Xdrive 5.01 FG81, avaliada em R$ 180 mil
- Porshe Cayenne V6, avaliada em R$ 170 mil
- BMW 528I, avaliada em R$ 157 mil
- LR Frrelander 2 S 16, avaliada em R$ 40 mil
- Jeep Compass Longitude F, avaliado em R$ 98 mil
- Lamborghini Huracan, avaliada em R$ 1,950 milhão
- Porshe Cayenne Turbo, avaliado em R$ 246 mil
- Mercedes-Benz C180FF avaliada em R$ 142 mil
- Mini Cooper avaliado em R$ 118 mil
Lavagem de dinheiro
Nessa quinta (7/3), o Metrópoles noticiou que quatro membros da organização criminosa responderão a uma nova denúncia por lavagem de dinheiro. O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) alega que o grupo adquiriu os veículos de luxo com recursos de clientes lesados pelo golpe.
São investigados no esquema Cezar da Silva, Uélio Alves de Souza, Wellington Junior Alves Santana, Wendel Alves Santana e Fernando Ewerton. De acordo com a denúncia, eles teriam pago os carros por meio de contas bancárias abertas com documentos falsos.
A maioria dos veículos apreendidos foi paga de forma parcelada e estava praticamente quitada. Em alguns casos, os estelionatários deixavam de pagar taxas obrigatórias, como o IPVA.
Os carros estavam em nome de laranjas e concessionárias, segundo os investigadores. Alguns foram localizados no Distrito Federal e outros em Goiânia (GO). Uma Mercedes-Benz 0 km foi encontrada em uma concessionária de Brasília e havia sido comprada à vista.
Avião e helicóptero
Os lucros da organização eram exorbitantes. Seus integrantes chegaram a comprar um avião avaliado em R$ 3,6 milhões e um helicóptero, que está com restrição judicial. Essa operação, segundo a corporação, é uma das maiores já realizadas no DF.
Para mostrar o alto poder aquisitivo, os estelionatários chegaram a pousar com a aeronave em uma área comercial de Vicente Pires, em frente à sede da empresa Kriptacoin.
Como funcionava
Os suspeitos criaram a moeda virtual no fim de 2016 e, a partir de janeiro de 2017, passaram a convencer investidores a aplicar dinheiro na Kriptacoin. De acordo com as investigações, a organização criminosa atuava por meio de laranjas, com nomes e documentos falsos.
Durante um mês, o Metrópoles acompanhou as atividades da Kriptacoin e também apurou denúncias contra os presidentes e outros integrantes do esquema. Na apresentação do plano de compensação, eles ofereciam aos potenciais clientes participação nos valores de R$ 1 mil, R$ 3 mil e R$ 21 mil, com 1% de ganho por dia, independentemente do crescimento da moeda.
O maior foco era dado à indicação de novos “investidores”, que podiam gerar ganhos de 10% do valor investido e um bônus de 30% da equipe menor. A atividade mostrava que, apesar da Wall Street Corporate alegar, em algumas ocasiões, que não era empresa de marketing multinível, ela dependia da indicação de novos afiliados e pagava em níveis, em um sistema chamado de “binário’.
Fonte: Metrópole
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